O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais e ajudar a esclarecer duvidas sobre a nossa complexa realidade.

Aqui irei expor textos, reflexões, videos, imagens e etc. relacionados com os seguintes assuntos:
Psicologia, Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia, Sociologia e o funcionamento do sistema em geral.

Não esperamos que acreditem no que é apresentado aqui sem primeiro investigar por vocês mesmos, e nós insistimos que vocês o façam!
O que é postado aqui são apenas perspectivas e não "verdades absolutas", com isso quero dizer que não tentarei convence-los, mas estimula-los a irem além do que conhecem, ou acreditam conhecer.
Busquem informação e ajudem a dissemina-la! Com informação vem conhecimento, com conhecimento sabedoria, a sabedoria lhe aproxima da verdade.... e a verdade o libertará!
Ouça a todos, não siga ninguém.
A única revolução é a SUA Evolução da Consciência!
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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Zen: A Vida de Mestre Dogen

Um dos maiores filósofos e nomes do Zen-Budismo que já existiu, fundador da Escola Zen Soto no Japão, Mestre Dogen, que viveu de 1200 a 1253, teve sua vida recontada num filme recente intitulado "Zen" (2009), de 2h07min -- que segue abaixo, no original falando em japonês e mandarim.

O filme remonta várias passagens importantes e conhecidas da vida de Dogen, e ainda que seja notavelmente difícil ter relatos exatos do século XI e também de reinterpretar momentos espiritualmente decisivos como os que Dogen viveu, há diálogos e ensinamentos em toda a obra. A história contém momentos como a morte da mãe de Dogen, logo no início, a alegoria da sua iluminação, as perseguições e o trabalho como mestre budista, entre outras passagens.

Recomendo o livro "O Espirito do Zen" de Alan Watts para quem é leigo no assunto, mas como diz o ditado "não se atinge através do pensamento, não se atinge através do não pensamento", portanto, não é o estudo que trás a iluminação mas a experiência direta da realidade, toda leitura é apenas um dedo sendo apontado para a lua, não devemos focar no dedo, se não perderemos a beleza da lua.


Filme Completo Legendado




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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Siddhartha Gautama - O Buda

A iluminação de Buda ao enfrentar seu ego
"Buda" é um título dado na Filosofia Budista para àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos daquilo que chamamos de realidade e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.

Siddhartha Gautama, foi um príncipe da região do atual Nepal, buscador da verdade, e eventualmente tornou-se um professor espiritual daquilo que ele havia redescoberto em si mesmo. É popularmente conhecido como O Buda, que significa "aquele que despertou". Seus ensinamentos deram origem ao budismo, mas ao contrário do que muitos pensam, ele não é o fundador do mesmo. Nas palavras do próprio Buda, como é dito através do Sutra do Diamante:
"Nunca pense que eu acredito que devo estabelecer um sistema de ensino para ajudar as pessoas a entenderem o caminho. Nunca divida tal pensamento. O que eu proclamo é a verdade como eu descobri. Um sistema de ensino não tem nenhum significado, porque a verdade não pode ser quebrada em pedaços e ser disposta em um sistema."

Existe muita discussão sobre se o budismo é uma religião ou é uma filosofia. Ao meu ver, é ambos, pois o termo religião vem do latim "religare", que significa "religação", e a religação com a nossa essência é uma das buscas dos budistas. Outro ponto é que em qualquer religião há filosofia, mas a diferença é que no budismo é transmitida a ideia de que não devemos nos apegar a crenças, no sentido de não nos atermos apenas a elas. Além do mais é uma religião não-deísta, ou seja, não tem como base em suas estruturas nem narrar a formação do mundo, nem apresentar seres superiores e buscar favores deles ou sequer entender esse Deus ou deuses, simplesmente por que não temos como conhecer tudo.

O budismo poderia também ser melhor descrito como uma ciência da mente, assim como a psicologia, já que busca compreender nossos processos mentais, e como podemos aprender a lidar com eles e até mesmo transcender o controle que alguns processos tem sobre nós.
Muitos dos que rotulam o budismo como sendo uma religião igual a qualquer outra, são pessoas que se dizem ateus, mas que na realidade são anti-religião, onde ao ligarem-se demais ao materialismo das coisas não conseguem processar seus entendimentos de uma maneira mais abstrata e vislumbrar a profundidade daquilo que não se compreende apenas de maneira intelectual. Mas isso não é a chamada "fé", a compreensão que me refiro aqui vai além de crenças e falsas certezas criadas pela mente intelectual. Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser experimentada, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais. E por esse motivo digo que o budismo não é uma religião, pelo menos não no sentido dogmático (apesar de algumas vertentes tenderem para esse lado por ser uma característica cultural buscar dogmas). Nas palavras do próprio Siddhartha, "não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo porque todos falam a respeito. Não acredite em algo porque está nas escrituras sagradas. Não acredite em algo só porque seus mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".

Curiosidade: Budismo na cultura moderna
É importante entender que não se deve interpretar literalmente as histórias de Buda, assim como a de Jesus e Krishna, pois elas são muitas vezes representações metafóricas de processos mentais. Também ocorre que quando se deseja expressar alguma ideia complexa de ser explicada usando as palavras, é preciso usar símbolos que as pessoas possam entender, ou pelo menos ajuda-las a ter uma noção do que se está falando.

Uma curiosidade interessante relacionada ao assunto é o fato do personagem principal da Trilogia Matrix, Neo (One = Um), ser uma referência evidente ao Buda, devido a história do personagem ter diversas semelhanças, como a busca pela iluminação, a idolatria que o povo de Zion tinha por ele, na esperança de uma libertação, no final do filme Neo percebe que ele é um com a Fonte ao integrar o Agente Smith (que representa o Ego, ou a Sombra de Neo) em si mesmo. O ator que interpreta o Neo, Keanu Reeves, também interpreta Siddhartha em um filme de 1993, "O Pequeno Buda" (Filme completo no final do artigo). No segundo filme "Matrix: Reloaded", Neo encontra o Arquiteto, o criador da ilusão, algo parecido acontece no filme "O Pequeno Buda", Buda encontra seu "falso eu"(a identificação com a forma, o ego) e chama-o de "arquiteto" também.

  • DOCUMENTÁRIO: The Buddha (2010)
SINOPSE: Documentário do premiado diretor David Grubin, narrado por Richard Gere, que conta a história da vida do Buda, uma jornada especialmente relevante para os nossos próprios tempos difíceis de mudanças violentas e confusão mental. Ele apresenta o trabalho de alguns dos maiores artistas e escultores do mundo, que nos últimos dois mil anos vem retratando a vida do Buda em obras de arte ricas em beleza e complexidade. Budistas contemporâneos, como o poeta ganhador do prêmio Pulitzer, W.S. Merwin, e sua santidade o Dalai Lama, revelam insights que tiveram a partir da antiga narrativa sobre a vida do príncipe indiano Siddhartha Gautama, que abandonou todo o luxo, conforto e ilusão da vida palaciana e partiu numa busca espiritual que o levaria à iluminação.

Documentário [Legendado - Parte 1]


Documentário [Legendado - Parte 2]



  • DOCUMENTÁRIO: A Vida de Buda (BCC)
SINOPSE: Este documentário recria a vida de alguém que nunca quis ser venerado como um Deus, mas que mudou para sempre a história da humanidade em busca de paz e felicidade eterna. Quinhentos anos antes de Cristo um jovem príncipe deixou seu palácio e iniciou uma viagem pelo norte da Índia. Suas experiências definiram uma filosofia de vida que hoje tem mais de 400 milhões de praticantes. A filosofia Budista cresce dia após dia e mais pessoas, cada vez mais jovens, se interessam sobre os ensinamentos de Buda.

No início do século XIX, um grupo de arqueólogos e exploradores ocidentais encontrou em Lumbini, um pequeno povoado do Nepal, o lugar de nascimento de Buda, o que os permitiu descobrir alguns segredos de sua vida. Uma pesquisa profunda, com testemunhos de especialistas e as últimas descobertas arqueológicas.


Documentário Completo [Dublado]

  • FILME: O Pequeno Buda (Little Buddha - 1993)

"Little Buddha" é um filme que aborda a história de Siddhartha Gautama, que é contada para uma criança que acredita-se ser a reencarnação de um grande monge.
 O filme é direcionado para crianças, aborda o tema de maneira bem básica e simplificada, mas é muito interessante para quem não conhece a história e a filosofia Budista.

SINOPSE: Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu e Kenpo Tensin, sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa, sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que um garoto de 10 anos, Jesse, o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje, um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa ficam céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje. Porém após o suicídio de Even, um sócio de Dean, este muda de ideai. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.


FILME COMPLETO [LEGENDADO]


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Siga a si mesmo

Existe algo no universo algo que sabe mais sobre você do que você mesmo? Há no universo algo que sabe mais do que você sobre suas qualidades, limitações e necessidades? Se disser sim, olhe para dentro de si mesmo e desculpe-se! Pois pensando que é tão pouco assim, está a criar muros cada vez mais largos em volta de sua consciência, separando-o cada vez mais de quem realmente é, e por esse motivo cai na ilusão de achar que não se conhece tão bem, talvez você nem tenha tentado...

Jamais valorize mais algo que vem "de fora" da sua consciência interna, se tens vontade de fazer alguma coisa que achará produtivo, vá e faça! Não importa se uma pessoa que acha ter mais consciência que você lhe dizer: “esse não é seu caminho” ou “você ainda não está preparado”. Isso denota muita soberba espiritual, falta de consciência em relação à consciência alheia.

Mesmo que suas intenções sejam movidas pelo ego, vá e faça, pois você sabe quem controla o seu ego? É sua própria consciência! Parece loucura né? Mas quem mais o controlaria? Há algo além em você do que você mesmoE ainda que você possa vir a dizer, "existem espíritos obsessores me influenciando", a resposta para isso está na própria frase, influenciando, não escolhendo por você. Sua falta de responsabilidade sobre si mesmo foi o que os atraiu.


"Se você ficar obcecado sobre se você está tomando a decisão certa, basicamente você está acreditando que o universo vai recompensá-lo por uma coisa e puni-lo pela outra.
O universo não tem agenda fixa. Depois de tomar qualquer decisão, ele funciona em torno dessa decisão. Não há certo ou errado, apenas uma série de possibilidades que mudam com cada pensamento, sentimento e ação que você experiência.
— Deepak Chopra

O Observador usa o ego para nos levar a aprender e a ter mais vivências, mais experiências que nos levarão a ter mais contato com nosso íntimo, porque cada nova experiência pode trazer novas perspectivas, se estivermos abertos, e essa é uma questão fundamental do aprendizado, estar aberto. Pois é fácil tomar as palavras ditas aqui como uma desculpa para seguir iludindo a si mesmo através de orgulhos, vaidades e luxurias pessoais, dizendo que está seguindo sua "vontade maior". Mas preste atenção na mensagem do blog como um todo e verá que essa não é a ideia. O que estou propondo aqui é que use as experiências criadas pelo ego para absorver aprendizados delas e então, continue em frente.  Viver para satisfazer as vontades pessoais é estagnar seu desenvolvimento, pois elas não produzem novos aprendizados, apenas o mantem preso em um ciclo perpétuo de repetição, já que não há como satisfazer a luxuria, nem que por um momento, pois assim que o objeto de desejo é adquirido você irá instantaneamente buscar mais. A luxuria é como um fogo, você não pode satisfazer o fogo alimentando-o com mais lenha.

Outra questão importante é o de não ter medo de errar ao seguir o seu ego, pois os "erros são, no final das contas, fundamentos da verdade. Se um homem não sabe o que uma coisa é, já é um avanço do conhecimento saber o que ela não é." (Carl Jung). Ou seja, com a falha, vem o aprendizado, se você estiver aberto a receber a lição e não mais preocupado com com o que você tem a ganhar ou perder com a situação. Não existem problemas no mundo real, o que existem são situações, "problema" é um modo de interpretar uma situação. Mas quando você começa a prestar atenção nas coisas a sua volta, sem fecha-las em caixas, tudo que acontece se torna seu professor. Por isso, não pratique suas ações valorizando as expectativas, positivas ou negativas, apenas aja pelo bem de agir Se algo não for como o esperado avalie o que ocorreu e melhore.

"Um erro não se torna um problema até você se recusar a corrigi-lo."
— John F. Kennedy 

Clique para aumentar

Não tenha medo, nada pode atingir quem você realmente é, você é intocável pela imperfeição, sua luz é infinita e nada pode apagá-la ou diminuir sua intensidade, a única coisa que pode limitá-la é você mesmo, através de suas crenças de achar-se menos do que você é. E e mesmo em situações de dificuldades intensas, onde parece que não haver solução, lembre-se de que o perigo pode vir a ser real, mas ter medo é um escolha.

Tudo que foi dito eu percebi durante minha experiência como humano, mas sinceramente, não desejo lhe impor isso, apenas estou lhe contando sobre minha vivência, cada pessoa deve saber de si, e seguir seu próprio mestre interno, si mesmo.

"Nunca sigam a ninguém, sigam apenas a si mesmos. E ainda assim tenham cuidado!"

Cada um que agora lê, tem uma reação diferente, para alguns é a chave para algumas de suas questões, para muitos estou equivocado e para outros estou sendo incongruente.
Agradeço a todos independentemente do que estejam pensando!



Ouça a TODOS! "Sigam a ninguém". 
Pois TODOS tem algo a acrescentar e ninguém é dono da verdade!



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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O Poder do Agora

"Poder sobre os outros é fraqueza mascarada de força. 
O poder verdadeiro reside no interior e está ao seu alcance."
 - Eckhart Tolle

O tempo não é nem um pouco precioso como dizem, porque é uma ilusão. O que você percebe como precioso não é o tempo, mas o único ponto que está fora do tempo: O Agora. Isso é realmente precioso. Quanto mais você está focado no tempo, passado e futuro, mais você perde o agora, a coisa mais preciosa que existe.
Now = "Agora"
O passado é uma memória, é um pensamento que surge no presente.
O futuro é apenas uma antecipação, é outro pensamento que surge no agora.
O que verdadeiramente temos é este momento, só isso.
Passamos a maior parte de nossas vidas esquecendo esta verdade, fugindo dela, olhando por cima dela, e o pior é que temos sucesso nisso. Conseguimos quase nunca nos conectar com o momento presente e encontrar a satisfação aqui e agora, porque estamos sempre com a esperança de ser feliz no futuro.
E o futuro nunca chega.
Até mesmo quando pensamos que estamos no momento presente, de forma muito sutil, muitas vezes estamos olhando adiante dele, antecipando em nossas mentes o que está por vir, estamos sempre buscando a solução de um "problema".
E é possível simplesmente deixar o problema, seja que só por um momento e aproveitar o que é real na sua vida, no presente. Esta não é uma questão de novas informações ou obter mais informações, ela exige uma mudança de atitude. Isso requer uma mudança na atenção à sua experiência no momento presente.

Nós vivemos em uma cultura totalmente hipnotizada pela ilusão de tempo, na qual o chamado presente é sentido como uma pequena linha entre o ‘todo poderoso’ passado causativo e o ‘absurdamente importante futuro’. Não temos presente. Nossa consciência está quase completamente preocupada com memórias e expectativas. Nós não percebemos que nunca houve, há, ou haverá qualquer tipo de experiência além da experiência do momento. 
Portanto, nós estamos fora de contato com a realidade. Nós confundimos o mundo como ele é falado, descrito, e mensurado com o mundo do modo que ele na verdade é. Nós estamos doentes com uma fascinação pelo uso das ferramentas de nomes, números, símbolos, sinais, conceitos e ideias.
Alan Watts

Gostaria de recomendar esse livro extremamente importante para o desenvolvimento pessoal de cada um. Nós passamos a maior parte das nossas vidas pensando no passado e fazendo planos para o futuro. Ignoramos ou negamos o momento presente e adiamos nossas conquistas para algum dia distante, achando que quando conseguirmos tudo o que desejamos seremos finalmente, felizes.
Mas, se queremos realmente mudar nossas vidas, precisamos começar neste momento, o unico momento que existe! O Eterno Agora, o momento universal onde todas as outras coisas existem.

Como já vimos aqui [A Ilusão de Tempo e Espaço], o tempo é apenas uma ilusão criada para termos experiências, todos pontos de espaço e tempo existem dentro da Singularidade.
Esse livro é uma "manual" prático que ajuda a tomar consciência dos pensamentos e emoções que nos impedem de vivenciar plenamente a alegria ea paz que estão dentro de nós, ou melhor, que nós somos.
O autor, Eckhart Tolle, pseudônimo de Ulrich Tolle, é professor de espiritualidade "contemporânea", considerado mestre e conselheiro espiritual, embora ele não assuma esses títulos.
Tolle não está alinhado com qualquer religião particular ou tradição, apresenta uma profunda introspecção e conhecimentos sobre Psicologia Transpessoal.



 Suas palestras são sempre muito interessantes para aqueles que prestam atenção e ouvem com o coração, vou deixar abaixo alguns videos que podem ajudar vocês e pessoas próximas de maneira direta ou indireta.

Sobre o Ego e a Queda

Emoções
O Sentido do Ser

O que é meditação?
Drama vs. O Agora
Relação de Amor Unilateral
A Sabedoria na vida diária


Relacionados:
A Singularidade
Os 5 Estágios do Despertar
Uma Mensagem de Esperança
O Poder do Mito - Por Joseph Campbell
Matrix: A Ilusão do Tempo e Espaço

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Dualidade


Yin (Lado Preto): Vazio, Frio, Sombra, Abstrato, Subjetivo, "Caos", Feminino
&
Yang (Lado Branco): Forma, Calor, Luz, Lógico, Objetivo, "Ordem", Masculino.

A dualidade é uma das formas que a Fonte (Singularidademanifesta-se, onde Yang tende a se expandir, se afastar do centro, se tornar mais complexo, gerando variações e Yin tende a contrair, ir em direção do centro, retornar a simplicidade da unidade.

Alguns exemplos que dei acima estão relativos a interpretação, eu cito-os apenas para mostrar como é inerente desta existência a interação entre os "opostos", mas que na realidade não são opostos, apenas diferentes processos dentro do mesmo campo de existência, que em suma, funciona como um grande processo só. Para demonstrar como estas forças não são opostas, mas complementares, cito o exemplo maravilhosamente oferecido pela Psicologia Gestalt, a ideia de Figura e Fundo, que postula que a mente não pode reconhecer objetos sem a presença de um fundo, da mesma maneira que não perceberíamos a existência de um fundo sem a presença de objetos, nem que seja em um aspecto bidimensional, como exemplificado nas imagens do Teste de Rorschach. Normalmente pensamos em preto e branco como algo que se anulam mutuamente, mas, imagine uma situação hipotética onde existisse apenas preto, isso seria o mesmo que ser cego, nada existiria, nada importaria. O mesmo se aplica caso houvesse apenas branco. É somente através do contraste que percebemos a existência de algo, como o exemplo de preto e branco, que são diferentes, mas implicitamente eles são um processo.

As polaridades ditas opostas não devem ser interpretadas como "bem" e "mal", pois isso é uma criação da mente humana, é uma questão de opinião, de preferências, optamos pelo que nos é agradável e não pelo o que é desagradável, mas na realidade não existe tal coisa, a Singularidade não opina, ela é.
Uma visão mais apropriada seria falar em termos de "positivo" e "negativo", mas novamente, um precisa do outro para existir, da mesma maneira como você não tem como saber se está certo a não ser que alguém esteja errado. Assim como o "nada"("negativo") e o "tudo"("positivo") precisam um do outro para existir, pois o nada não seria nada se não houvesse um conteúdo para compararmos o que cada um é, da mesma maneira o conteúdo não poderia existir se não houvesse um espaço no qual ele pudesse estar.

Temos o costume de ver as diferenças como uma dicotomia. Exemplo: a vida é diferente da morte, o bem é diferente do mal, a luz é diferente da escuridão, etc., embora isso seja verdade por um lado, de maneira oculta, ambas polaridades são diferentes partes de um processo só.
Uma dicotomia é uma divisão na qual o campo não é considerado como uma totalidade que possui suas características diferentes e interconectadas, mas como uma diversidade de forças não relacionadas e/ou competidoras entre si. O pensamento dicotomizado interfere na autogestão da consciência, pois gera tendências intolerantes em relação as diversidades que existem nas pessoas, nas situações e as varias faces da existência em si, que são muitas vezes paradoxais.

Existe grande importância em desenvolver o que Alan Watts chamava de "pensamento polar", apesar de não ser exatamente um pensamento e sim uma forma de percepção, onde a sensação e sentimento também estão envolvidos. O "pensamento polar" é ver a interconexão entre todas as coisas que parecem anularem-se mutuamente por serem "opostas". A importância nisso é enxergar a si mesmo de uma maneira completa, integrada, pois assim os conflitos podem ser usados de maneiras produtivas para gerar aprendizados e a criatividade necessária para transformarmos a nós mesmos, e assim o mundo. Sem essa visão abrimos espaço para o conflito, e este é o motivo pela qual os administradores da nossa sociedade se utilizam tanto da estratégia de dividir e conquistar.

O externo é reflexo do interno, e os administradores do mundo sabem disso. Toda a ignorância do mundo está dentro de cada um de nós, aquilo que chamamos de maldade está no coração humano, e eles se aproveitam da nossa ignorância, da nossa inconsciência sobre nós mesmos, para nos empurrarem de um lado para outro e servirem suas vontades.
É muito fácil cairmos na crença de que o mal mora no coração dos criminosos, dos traficantes de drogas, dos terroristas, das pessoas de caráter duvidoso, etc. A ideia de que mal mora no coração do outro é um dos pilares que sustenta a teia de ilusões disseminadas pelo Governo Oculto. Nós somos os co-criadores de tudo o que existe, um "pequeno" ato afetará toda existência, pois tudo está interconectado, e isso pode ser usado de maneira produtiva ou destrutiva.

  • Uma visão integradora
"Procurei por Deus e só achei a mim mesmo. Procurei a mim mesmo, e só achei Deus.”
— Proverbio Sufi

Buddha disse: "Aquele que tem a experiência de unidade da existência vê seu próprio ser em todos os seres, e todos seres em seu próprio ser, com isso ele vê tudo com olhos imparciais.", com essa percepção jamais faríamos mal a nossos irmãos.
Esse tipo de ensinamento, de que tudo é um, não costuma ser compartilhado na religião cristã com muita frequência, embora esteja na própria bíblia, segundo o profeta Isaías (45:5 e 7): "Eu sou o senhor e não há nada além de mim", "Eu formo a luz e crio a escuridão, eu trago a prosperidade e crio a desgraça, eu, o senhor, faço todas as coisas". O motivo disso não ser propagado entre os cristãos é porque abre espaço para o questionamento sobre o conceito que temos de "deus", e principalmente, quem somos nós e qual nosso papel, de fato, nesta existência. E isso não interessa aqueles que possuem monopólio sobre as crenças humanas, já que sem a nossa crença de medo da morte, de que nossa ganância é justificada, ou qualquer crença de preservação do "eu" nos afasta da conexão com a unidade, e portanto, da compaixão para com todos os seres vivos.

"Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor."
— 1 João 4:8

Amor não é apenas ter relação sexual, não é atração emocional ou intelectual, ou sequer uma “troca de energias”, e certamente o amor não é a fome do coração pelo afeto. O amor é uma poderosa vibração vindo direto da Fonte. O amor que falamos aqui não é uma emoção, na verdade, é um estado de consciência, uma forma de estar no mundo, uma maneira de ver a si mesmo e aos outros, é o que podemos chamar de empatia ou compaixão, mas no fundo é percepção que nós somos "o outro".
Apesar desta minha tentativa de definir amor, é importante destacar que o amor não pode ser definido, quando definimos algo estamos usando nosso intelecto para limitar este algo em conceitos e com isso deixamos de amar.
O amor não se encontra no pensar, nem no sentir, ele se encontra no ser.

  • A Dualidade na Cabala
A explicação da origem do Universo, segundo a Cabala, também se resume a dois personagens: a Luz(Yang) e o Recipiente(Yin). Num dado momento, a Luz, que é puro amor infinito, sentiu vontade de compartilhar todo aquele amor e criou o Recipiente, apenas para receber o que ela tinha a oferecer, numa união perfeita. Só que, um dia, de tanto receber amor, o Recipiente começou a absorver as características da própria Luz e também sentiu necessidade de compartilhar. Como a Luz não podia receber do Recipiente, pois ela já contém tudo que existe, este começou a se sentir inferior e usando de seu livre arbítrio, "se separou da Luz" e criou o seu próprio mundo, finito, limitado. Para a Cabala, esse é o instante que os cientistas definem como Big Bang, a criação do Universo a partir de uma gigante concentração de matéria e energia em um único ponto.

Para a Cabala, os seres humanos são descendentes diretos do Recipiente e portanto, essencialmente recebedores. Isso explica a imensa dificuldade de doar e compartilhar e o desejo de sempre receber. Basta observar as crianças. Antes de elas aprenderem a dividir com os amigos, são naturalmente egoístas e querem tudo para si. Faz parte da essência humana.

No fundo, não há nada de errado com o fato de desejarmos bens materiais e não-materiais. A grande questão é o propósito com que pedimos e o que fazemos com o que conquistamos. Nosso grande desafio no mundo da matéria é aprender a transformar o egoísmo extremo em que vivemos hoje – e que gera uma série de conflitos internos e externos – num ato de receber para compartilhar amor, alegria, bondade, tempo, saúde e conhecimento. Exatamente como desejava o Recipiente, no momento em que se separou da Luz.

  • A Separação
O Jogo de Tempo e Espaço
Destacar que a separação é uma ilusão é fundamental aqui, jamais podemos nos separar da totalidade, pois sem nós tudo que existe não seria tudo que existe, seria "tudo que existe, exceto nós".
A dualidade é só um JOGO, estamos dando forma a parte de nós que é abstrata. Essa realidade é real somente até certo ponto, mas mesmo sendo "real", não faz dela nossa verdade absoluta. E se existe uma verdade absoluta, ela certamente é o conjunto de verdades relativas, pois necessariamente precisa englobar tudo que existe. O que não existe simplesmente não existe, é impossível sequer imaginar a "não-existência".

Por isso a pergunta "porque nós existimos" é insignificante, pois nós precisamos existir. Colocando de outra maneira, a existência simplesmente é, a pergunta "porque a existência existe" é uma pergunta criada dentro da existência, portanto, a pergunta está subjugada à existência, mas a existência não está subjugada à pergunta. Além do mais, a característica fundamental da existência é existir, ela não precisa justificar a si mesma seu motivo de existir. Todas as coisas que nunca irão existir já não existem, não há espaço na "não-existência" para algo que existe. E como vimos aqui [A Ilusão de Tempo e Espaço: Matrix] todos os momentos (tempos) e todos os lugares (espaço) existem no eterno agora, portanto, nunca deixaremos de existir, apenas deixaremos de existir nesta forma que estamos vivenciando.

“Pois eu estou dividido pelo bem do amor; para haver a possibilidade de união.”
— "O Criador" (AL I:29) O Livro da Lei. 93

"Toda matéria é somente energia condensada em vibrações baixas, somos todos a mesma consciência tendo experiencias de maneira subjetiva. Não existe o que chamamos de morte, a vida é só um sonho, e nós somos a imaginação de nós mesmos"
— Bill Hicks 


  • Concluindo
Como historicamente essa visão de polaridade, Yin e Yang, foi popularizada pelo I-Ching, vou deixar abaixo sua descrição de como funciona a interação entre ambos os lados.
O I-Ching nos diz que para termos corpo e mente saudável é preciso estarmos em equilíbrio com Yin e o Yang, Para entendermos como podemos estar em harmonia entre ambas polaridades há 7 leis, ou padrões que a existência dualística segue, e 12 teoremas das possíveis combinações neste modo da energia interagir.

Os padrões são:
  1. Todo o universo é constituído de diferentes manifestações da unidade infinita;
  2. Tudo se encontra em constantes transformações;
  3. Todas as contrariedades são complementares;
  4. Não há duas coisas absolutamente iguais;
  5. Tudo possui frente e verso;
  6. A frente e o verso são proporcionalmente do mesmo tamanho;
  7. Tudo tem um começo e um fim.
Os teoremas são:
  1. Yin e Yang são duas extremidades de pura expansão infinita: ambas se apresentam no momento em que a expansão atinge o ponto geométrico da separação, ou seja, quando a energia se divide em dois, ou seja, no momento de criação deste universo;
  2. Yin e Yang originam-se continuamente da pura expansão infinita;
  3. Yang tende a se afastar do centro; Yin tende a ir para o centro; E ambos produzem energia;
  4. Yin atrai Yang e Yang atrai Yin; Yin repele Yin e Yang repele Yang;
  5. Quando potencializados, Yin gera o Yang e Yang gera o Yin;
  6. A força de repulsão e atração de todas as coisas é proporcional à diferença entre os seus componentes Yin e Yang;
  7. Todos os fenômenos têm por origem a combinação entre Yin e Yang em várias proporções;
  8. Os fenômenos são passageiros por causa das constantes oscilações das agregações dos componentes Yin e Yang;
  9. Tudo tem polaridade;
  10. Não há nada neutro;
  11. Grande Yin atrai pequeno Yin; o grande Yang atrai o pequeno Yang;
  12. Todas as solidificações físicas são Yin no centro e Yang na periferia.

"Não somos anjos ou demônios, somos os dois.”
— Carl Jung 
Por isso...
"A coisa mais assustadora que existe é aceitar a si mesmo completamente."
— Carl Jung
Mas...
"Não existe como criar consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, não importa o quão absurdo seja, para evitar encarar a própria alma. Não nos tornamos iluminados apenas imaginando figuras de luz, mas criando consciência da escuridão. Porém, esse procedimento é desagradável, portanto, não popular."
— Carl Jung
Entao...
"Aprenda a amar com todo o seu coração e aceitar o lado desagradável dos outros(e o seu). Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso ter um grande coração para incluir os espinhos."
— Ditado Budista

Texto de Bernardo Sommer


Edit: Acho interessante mostrar esse vídeo abaixo, conectando com a ideia que citei no começo do texto sobre Rorschach, Figura e Fundo.
Lembrem-se que os ocultistas estão cientes dessas questões a séculos, milênios... E muitos nos passam isto de maneira codificada, em símbolos, filmes, musicas, etc. Não me sinto apto para julgar a intenção de todos eles, e isso é um tema para outro tópico, por isso deixo a musica abaixo para você interpretar, mas já aviso que essa legenda ta mal feita, recomendo que procurem a letra original.

Crazy - Gnarls Barkley


Veja também:

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Despertando como Um - Revelação e o Retorno

Awakening As One existe com o único propósito de encorajar a humanidade a despertar para uma perspectiva espiritual da existência; onde se aprende a ver que todos os seres e eventos existem não para satisfazer os nossos desejos materiais, mas sim para ajudar em nosso crescimento espiritual.

E quando se aprende a ver que todos os aspectos de nossas vidas são necessárias, incluindo todas as suas alegrias e todos os desafios, então pode-se aprender a ver que todos nós somos verdadeiramente... Um!

Estes videos foram lançados em 26 de Janeiro de 2011 e são a continuação da trilogia "The Awakening Trilogy" do projeto AwakeningAsOne.com, que produziu os videos "The Call", "The Plan" e "The Prophecy" em 2010 (Todos videos dos links são legendados).
Há ainda os videos "The Quickening" (YouTube, Vimeo, ainda não tem legendas), "The Gift" (Vimeo também sem legenda) lançado em Agosto/2011, e "Armageddon"(Vimeo, sem legenda) tratando sobre a aceleração do tempo e os atuais e possíveis futuros eventos mundiais.


É um filme imprescindível! Para os que se consideram despertos é uma ótima ferramenta pra organizar as ideias e expandir os horizontes das possibilidades.

Escolha a legenda Português Brasil

Revelations


The "Return"


Veja também:

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Os Três Princípios do Dharma

Dharma (ou Darma) significa "Lei Natural", "Realidade" ou ainda "O modo que as coisas são" em tradução livre. O darma é a base das filosofias, crenças e práticas que se originaram na Índia, portanto não é uma exclusividade do budismo, e por esse motivo deve se considerar a existência de variações nas interpretações e perspectivas que cada cultura terá sobre o seu significado. 
Especificamente para o Budismo, esse termo pode ser usado para expressar os seguintes:
1) O estado de natureza como ela é.
2) As "Leis"/Padrões da Natureza sendo considerados coletivamente, como uma totalidade.
3) Os ensinamentos de Buda sobre os padrões em que a existência opera, aplicada ao problema do sofrimento humano.
Não farei uma analise sobre os padrões em que a existência opera em um sentido amplo, pois existem muitas variáveis para serem levadas em consideração, portanto irei abordar apenas os ensinamentos de Buda em relação a psicologia humana.

  • "Anicca
É a impermanência, ou seja, o conceito de que tudo está em constante movimento e mudança; nada é estável, fixo ou imutável. Basicamente, todos os fenômenos são impermanentes. Entenda-se por fenômeno qualquer ideia de existência, seja de um "eu", de um "outro", de um "objeto", de uma "experiência" etc. Os fenômenos são impermanentes devido à sua natureza composta, ou seja, existem a partir de causas e condições. Quando as causas e condições cessam, o fenômeno cessa também.
Arte de Marine Loup - "This Too Shall Pass"
Tradução: "Isso Também Ira Passar"
Os relacionamentos cessam, os governos, os países, as empresas... todos cessam, mudam o tempo todo, pois dependem de outros fatores, que, por sua vez, também são compostos e assim sucessivamente.
Podemos perceber a impermanência operando em nossas vidas diariamente. Contemplar isso é de extrema utilidade, pois faz cessar o nosso apego exagerado, o nosso "agarrar" exagerado.
A enfase em lembrar da impermanência é importante também para te puxar para fora da sua auto-imagem, para fora da ilusão de que você é seu veiculo(seu corpo), até mesmo sua mente, no sentido de livra-lo deste conceito de um "eu separado" e lembra-lo quem você é, o eterno AGORA em constante mutação.
A continuidade do seu "eu separado" é recriada a cada milissegundo pelo seu cérebro. No tempo que você estava lendo isso, o seu cérebro criou você milhares de vezes, e deixou para trás milhares de fantasmas de você. Você não é essas imagens mentais!


  • "Dukkha
É o sofrimento ou a insatisfação. Muitas vezes, a primeira Nobre Verdade proferida por Buddha após sua iluminação é traduzida como "A vida é sofrimento", ou "Existe sofrimento", sempre indicando a natureza sofrida da vida. Em um primeiro momento, esse ensinamento pode parecer demasiado pessimista e deprimente.
Mas isso se deve à tradução simplista do termo: na verdade, a primeira Nobre Verdade diz respeito à dukkha', que não tem uma tradução literal, mas sim é todo um conjunto de ideias.
De uma maneira geral, dukkha diz respeito ao nosso condicionamento de vida dentro de experiências cíclicas, onde nos alternamos entre boas experiências (felicidade) e más experiências (sofrimento). Todos os seres buscam a felicidade e procuram se afastar do sofrimento: no entanto, nessa busca de felicidade e dentro da própria felicidade encontrada estão as sementes de sofrimentos futuros.
Podemos pensar da seguinte maneira: sofremos porque não temos algo; sofremos porque conseguimos algo e temos medo de perder; sofremos porque temos algo que parecia bom, mas agora não é tão bom assim; e sofremos porque temos algo que queremos nos livrar e não conseguimos. Podemos ver, então, que mesmo que tenhamos sucesso na nossa experiência de felicidade, ela mesmo pode se tornar causa de uma experiência de sofrimento.
Além disso, as experiências são impermanentes, as ideias, os conceitos, os pensamentos, tudo é impermanente, muda. Por isso, dentro da experiência de felicidade, existe a causa de uma experiência de sofrimento, pois ela também é impermanente e irá mudar.
Então, dukkha representa todo esse ciclo, e a insatisfação que nunca será saciada enquanto seguirmos esse ciclo.
É necessário enfatizar que todos os vários aspectos de dukkha de fato tem sua origem em causas, o que assim possibilita sua investigação e, portanto, seu término. Ao encontrar as causas-raiz de dukkha e destruí-las, a vida humana pode se tornar feliz e próspera


  • "Anatman
Significa "não-eu", ou "não-self", e indica que nada é provido de uma existência isolada e independente do todo.
Partindo do ponto de vista onde todas as coisas componentes ou condicionadas são impermanentes e estão em constante "estado de fluxo". Segue-se, daí, a ideia de "não eu" (anatta), que nega a existência de uma essência pessoal imutável e independente - em oposição à doutrina hinduísta de atman.
Os budistas afirmam que a noção de um "eu" permanente é uma das principais causas das guerras e conflitos na história humana e que, vivendo de acordo com a noção de anatta ou não eu, podemos ir além de nossos desejos mundanos. Na linguagem cotidiana, fala-se em "alma", "eu" ou "self". Nos meios budistas, porém, existe o entendimento de que nós somos interdependentes e cambiantes, em vez de personalidades independentes e imutáveis.
por Alex Grey
Segundo a concepção budista, na morte, corpo e mente se desintegram, mas, se a mente desfeita contém quaisquer resíduos cármicos, ela causa uma continuidade de consciência que reverbera em uma mente nascente em outro ser (ou seja, em um feto em desenvolvimento). Portanto, o ensinamento budista é que seres renascidos não são completamente distintos nem completamente iguais a seus antecessores.
Essa noção contrasta com o conceito hinduísta de atman, que seria o ser que reencarna, representando a mais elevada centelha divina em cada ser humano. O pensamento budista nega essa ideia. Tanto o budismo quanto o hinduísmo concluem que há continuidade entre vidas. No entanto, suas doutrinas sobre o que continua de uma vida para outra divergem: no hinduísmo, há um "eu" transcendente (atman); no outro, há apenas tendências e processos mentais que renascem.



Resumo:
Ver as coisas como permanentes, capazes de satisfazer e existindo de forma independente são as três delusões que fundamentam a ignorância.
- Consideramos que nós mesmos e o mundo são entidades sólidas, estáveis e duradouras, apesar das constantes evidências de que tudo está sujeito à mudança e à destruição.
- Assumimos que temos direito ao prazer, e dirigimos nossos esforços para aumentá-lo e intensificá-lo com um fervor antecipatório que não é ameaçado pelos repetidos encontros com a dor, o desapontamento e a frustração.
- E nos percebemos como egos delimitados, apegando-nos às várias ideias e imagens que formamos de nós mesmos como uma identidade indiscutível e verdadeira.


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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

MEMENTO MORI


Memento mori é uma expressão do Latim que significa algo como “Lembre-se de que você é mortal”“Lembre-se de que você vai morrer”, ou traduzido ao pé-da-letra, “Lembre-se da morte”. Este tipo de pensamento é muito utilizado dentro da literatura, principalmente na literatura barroca, assim como em várias religiões, em especial o Budismo, com o propósito de te puxar para fora da sua auto-imagem, para fora da ilusão de que você é seu veiculo(seu corpo), até mesmo sua mente, e lembra-lo quem ou o que você é, o eterno AGORA(O Poder do Agora), a experiência desse momento em si, esse é você, esse é o seu "eu completo".

Para sermos quem realmente somos precisamos largar o peso de quem fomos para ter espaço para o que estamos constantemente nos tornando. A continuidade do seu "eu separado" é recriada a cada milissegundo pelo seu cérebro. No tempo que você estava lendo isso, o seu cérebro criou você milhares de vezes, e deixou para trás milhares de fantasmas de "você". Você não é essas imagens mentais!

"A ideia é permanecer em um estado de constante partida enquanto se está sempre chegando."
- Frase do filme Waking Life

Este estado é o que Buda chamava de tathāgata, o verdadeiro ser, em tradução livre significa “aquele que se foi” e “aquele que chegou”, significando que está além dos fenômenos da realidade de tempo e espaço.

O "Eu" é um trono mental que alimenta a ilusão de poder, de controle sobre a realidade, e que por consequência gera um peso para o Observador, deixando-o exausto pelo excesso de pensamentos e com tendencias cada vez mais controladoras e obsessivas.
O que identificamos como "eu" é apenas a imaginação de nós mesmos, não tente super proteger a sua máscara(personalidade, aparência, conhecimentos que "possui").

Apenas pare e observe por um momento seus pensamentos. Quantos "eus"(vozes mentais) com opiniões diferentes você tem por dia? Você acha que alguma deles representa a totalidade do que você é?

É importante nos desapegarmos de um "eu" especifico, rígido e imutável, ou perspectivas de vida, ou seja o que for que nos mantem funcionando em apenas um padrão repetitivo...

É preciso estar disposto a perder tudo se quiser ser o mestre de sua própria mente.

Aceitar a derrota - aprender a morrer - é ser liberto da mesma. 
Quando você aceita, você está livre para fluir e harmonizar. Fluidez é o caminho para uma mente serena. Você deve libertar sua mente ambiciosa e aprender a arte de morrer.


Vídeo relacionado ao tema:
A  Disfunção da Vida Após a Morte


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