O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais e ajudar a esclarecer duvidas sobre a nossa complexa realidade.
Aqui irei expor textos, reflexões, videos, imagens e etc. relacionados com os seguintes assuntos:
Psicologia, Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia, Sociologia e o funcionamento do sistema em geral.
Não esperamos que acreditem no que é apresentado aqui sem primeiro investigar por vocês mesmos, e nós insistimos que vocês o façam!
O que é postado aqui são apenas perspectivas e não "verdades absolutas", com isso quero dizer que não tentarei convence-los, mas estimula-los a irem além do que conhecem, ou acreditam conhecer.
Busquem informação e ajudem a dissemina-la! Com informação vem conhecimento, com conhecimento sabedoria, a sabedoria lhe aproxima da verdade.... e a verdade o libertará!
Um dos maiores filósofos e nomes do Zen-Budismo que já existiu, fundador
da Escola Zen Soto no Japão, Mestre Dogen, que viveu de 1200 a 1253, teve sua vida
recontada num filme recente intitulado "Zen" (2009), de 2h07min -- que
segue abaixo, no original falando em japonês e mandarim.
O filme
remonta várias passagens importantes e conhecidas da vida de Dogen, e
ainda que seja notavelmente difícil ter relatos exatos do século XI e
também de reinterpretar momentos espiritualmente decisivos como os que
Dogen viveu, há diálogos e ensinamentos em toda a obra. A história
contém momentos como a morte da mãe de Dogen, logo no início, a alegoria
da sua iluminação, as perseguições e o trabalho como mestre budista,
entre outras passagens.
Recomendo o livro "O Espirito do Zen" de Alan Watts para quem é leigo no assunto, mas como diz o ditado "não se atinge através do pensamento, não se atinge através do não pensamento", portanto, não é o estudo que trás a iluminação mas a experiência direta da realidade, toda leitura é apenas um dedo sendo apontado para a lua, não devemos focar no dedo, se não perderemos a beleza da lua.
"Buda" é um título dado na Filosofia Budista para àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos daquilo que chamamos de realidade e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.
Siddhartha Gautama, foi um príncipe da região do atual Nepal, buscador da verdade, e eventualmente tornou-se um professor espiritual daquilo que ele havia redescoberto em si mesmo. É popularmente conhecido como O Buda, que significa "aquele que despertou". Seus ensinamentos deram origem ao budismo, mas ao contrário do que muitos pensam, ele não é o fundador do mesmo. Nas palavras do próprio Buda, como é dito através do Sutra do Diamante: "Nunca pense que eu acredito que devo estabelecer um sistema de ensino para ajudar as pessoas a entenderem o caminho. Nunca divida tal pensamento. O que eu proclamo é a verdade como eu descobri. Um sistema de ensino não tem nenhum significado, porque a verdade não pode ser quebrada em pedaços e ser disposta em um sistema."
Existe muita discussão sobre se o budismo é uma religião ou é uma filosofia. Ao meu ver, é ambos, pois o termo religião vem do latim "religare", que significa "religação", e a religação com a nossa essência é uma das buscas dos budistas. Outro ponto é que em qualquer religião há filosofia, mas a diferença é que no budismo é transmitida a ideia de que não devemos nos apegar a crenças, no sentido de não nos atermos apenas a elas. Além do mais é uma religião não-deísta, ou seja, não tem como base em suas estruturas nem narrar a formação do mundo, nem apresentar seres superiores e buscar favores deles ou sequer entender esse Deus ou deuses, simplesmente por que não temos como conhecer tudo.
O budismo poderia também ser melhor descrito como uma ciência da mente, assim como a psicologia, já que busca compreender nossos processos mentais, e como podemos aprender a lidar com eles e até mesmo transcender o controle que alguns processos tem sobre nós.
Muitos dos que rotulam o budismo como sendo uma religião igual a qualquer outra, são pessoas que se dizem ateus, mas que na realidade são anti-religião, onde ao ligarem-se demais ao materialismo das coisas não conseguem processar seus entendimentos de uma maneira mais abstrata e vislumbrar a profundidade daquilo que não se compreende apenas de maneira intelectual. Mas isso não é a chamada "fé", a compreensão que me refiro aqui vai além de crenças e falsas certezas criadas pela mente intelectual. Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser experimentada, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais. E por esse motivo digo que o budismo não é uma religião, pelo menos não no sentido dogmático (apesar de algumas vertentes tenderem para esse lado por ser uma característica cultural buscar dogmas). Nas palavras do próprio Siddhartha, "não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo porque todos falam a respeito. Não acredite em algo porque está nas escrituras sagradas. Não acredite em algo só porque seus mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".
Curiosidade: Budismo na cultura moderna
É importante entender que não se deve interpretar literalmente as histórias de Buda, assim como a de Jesus e Krishna, pois elas são muitas vezes representações metafóricas de processos mentais. Também ocorre que quando se deseja expressar alguma ideia complexa de ser explicada usando as palavras, é preciso usar símbolos que as pessoas possam entender, ou pelo menos ajuda-las a ter uma noção do que se está falando.
Uma curiosidade interessante relacionada ao assunto é o fato do personagem principal da Trilogia Matrix, Neo (One = Um), ser uma referência evidente ao Buda, devido a história do personagem ter diversas semelhanças, como a busca pela iluminação, a idolatria que o povo de Zion tinha por ele, na esperança de uma libertação, no final do filme Neo percebe que ele é um com a Fonte ao integrar o Agente Smith (que representa o Ego, ou a Sombra de Neo) em si mesmo. O ator que interpreta o Neo, Keanu Reeves, também interpreta Siddhartha em um filme de 1993, "O Pequeno Buda" (Filme completo no final do artigo). No segundo filme "Matrix: Reloaded", Neo encontra o Arquiteto, o criador da ilusão, algo parecido acontece no filme "O Pequeno Buda", Buda encontra seu "falso eu"(a identificação com a forma, o ego) e chama-o de "arquiteto" também.
DOCUMENTÁRIO: The Buddha (2010)
SINOPSE: Documentário do premiado diretor David Grubin, narrado por Richard Gere, que conta a história da vida do Buda, uma jornada especialmente relevante para os nossos próprios tempos difíceis de mudanças violentas e confusão mental. Ele apresenta o trabalho de alguns dos maiores artistas e escultores do mundo, que nos últimos dois mil anos vem retratando a vida do Buda em obras de arte ricas em beleza e complexidade. Budistas contemporâneos, como o poeta ganhador do prêmio Pulitzer, W.S. Merwin, e sua santidade o Dalai Lama, revelam insights que tiveram a partir da antiga narrativa sobre a vida do príncipe indiano Siddhartha Gautama, que abandonou todo o luxo, conforto e ilusão da vida palaciana e partiu numa busca espiritual que o levaria à iluminação.
Documentário [Legendado - Parte 1]
Documentário [Legendado - Parte 2]
DOCUMENTÁRIO: A Vida de Buda (BCC)
SINOPSE: Este documentário recria a vida de alguém que nunca quis ser venerado como um Deus, mas que mudou para sempre a história da humanidade em busca de paz e felicidade eterna. Quinhentos anos antes de Cristo um jovem príncipe deixou seu palácio e iniciou uma viagem pelo norte da Índia. Suas experiências definiram uma filosofia de vida que hoje tem mais de 400 milhões de praticantes. A filosofia Budista cresce dia após dia e mais pessoas, cada vez mais jovens, se interessam sobre os ensinamentos de Buda.
No início do século XIX, um grupo de arqueólogos e exploradores ocidentais encontrou em Lumbini, um pequeno povoado do Nepal, o lugar de nascimento de Buda, o que os permitiu descobrir alguns segredos de sua vida. Uma pesquisa profunda, com testemunhos de especialistas e as últimas descobertas arqueológicas.
Documentário Completo [Dublado]
FILME: O Pequeno Buda (Little Buddha - 1993)
"Little Buddha" é um filme que aborda a história de Siddhartha Gautama, que é contada para uma criança que acredita-se ser a reencarnação de um grande monge.
O filme é direcionado para crianças, aborda o tema de maneira bem básica e simplificada, mas é muito interessante para quem não conhece a história e a filosofia Budista.
SINOPSE: Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu e Kenpo Tensin, sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa, sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que um garoto de 10 anos, Jesse, o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje, um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa ficam céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje. Porém após o suicídio de Even, um sócio de Dean, este muda de ideai. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.
Nesta série David Icke fala sobre as sociedades secretas ao longo da história humana, e como elas influenciaram e influenciam nossa sociedade até os tempos de hoje. Explica também como funciona o sistema dos chakra, de maneira bem simplificada, e o seu ponto de vista em relação a manipulação energética que acontece no nosso planeta.
São palestras grandes, mas é bem explicada e é muito útil para as pessoas que realmente querem entender porque da nossa sociedade e cultura serem como são.
Temos um caminho muito longo de aprendizado pela frente e toda informação é importante, acreditando ou não, manter a mente aberta é um ato de sabedoria.
OBS: Caso os videos não abram, o nome em cima deles é um link que leva para o YouTube.
David Vaughan Icke é um escritor e orador britânico, que se dedicou, desde 1990, a pesquisar sobre "quem e o que está realmente controlando o mundo". Anteriormente, foi um jogador de futebol profissional, repórter, apresentador de programa de esportes, e porta-voz do Partido Verde da Inglaterra e do País de Gales. Já publicou 20 livros que explicam suas idéias, pensamentos e visões.
Icke desenvolveu uma visão mundial tanto política quanto moral, que combina espiritualidade com uma denúncia apaixonada daquilo que ele percebe como tendências totalitárias e orwellianas no mundo moderno, uma posição que foi descrita como "Conspiracionismo da nova era" por muitos que desejam denegrir suas perspectivas, já que ele mesmo critica o "Movimento New Age".
No cerne das teorias de Icke está a visão de que o mundo é comandado por um grupo secreto chamado "Elite Global" ou "Illuminati", os quais relacionou com Os Protocolos dos Sábios de Sião. Em 1999, publicou The Biggest Secret, no qual disse que os Illuminati são uma raça de seres multidimensionais que tem aparência similar a de reptilianos conhecida como a Fraternidade babilônica. Independente do que você acredita ou acha sobre isso, é uma perspectiva a ser no minimo considerada antes de ser ignorada.
Como sempre digo, ouça a todos e siga a ninguém, pois todos tem algo a acrescentar e ninguém é dono da verdade.
Em 15 de Maio de 2010, David Icke palestrou na Academia de Brixton (Londres).
Palestra sobre a mudança de frequência que estamos passando, e como sempre, expõem o governo oculto, além de passar por todos tópicos do seu mais recente livro: "The Lion Sleepes No More".. É uma das palestra mais longas realizadas por ele, devido a complexidade dos assuntos abordados, mas é extremamente recomendado, mesmo que você veja por partes.
Série de entrevistas com Joseph Campbell(1904-1987), famoso mitólogo norte-americano. Seus estudos independentes levaram-no a uma análise profunda das ideias dos psicólogos Carl Jung e de Sigmund Freud. Altamente influenciado pela psicanálise Jungiana, Campbell escreveu em 1949, o livro "The Hero with a Thousand Faces"(O Herói de Mil Faces), que eu recomendo a todos que gostam de mitologia e querem entender como ela está intimamente relacionada com a os padrões da mente humana.
Essas entrevistas contém, de maneira resumida, boa parte do trabalho e mensagem de Campbell, onde ele nos mostra as conexões entre as diversas religiões mundo a fora, e busca compreender o porque de haver tantos mitos, e também o motivo pelo qual existem padrões que se repetem em diversas culturas, que até onde sabemos, jamais entraram em contato umas com as outras. Os motivos no caso, são nossos processos psicológicos e sentimentos que só podem ser transmitidos através de estórias. Determinadas conclusões podemos chegar apenas por experiência própria, os outros podem apenas nos indicar o caminho, você que precisa percorrer.
Mitos nos mostram partes de nós mesmos, são indicadores do funcionamento da dinâmica da mente humana, é a interação entre os diversos aspectos inconscientes e arquétipos da psique (mente) humana, ou seja, as forças que operam em nosso mundo interior.
Na visão de Campbell os mitos não devem ser usados por instituições religiosas para manter as pessoas limitadas em um sistema de crenças especifico, devem ser usados como pistas que possam ajudar as pessoas a chegarem na experiência direta do "divino"(Gnose), aquilo que transcende o que é superficial. Como diria Bruce Lee, "é como um dedo apontando para o céu, não se concentre no dedo, ou você vai perder toda a glória celestial". As pessoas tem a tendencia de focar nos símbolos em si, e muitas vezes acabam por esquecer que seus significados são o que realmente importam. Por isso que algo que todas culturas que prezam pelo desenvolvimento humano falam sobre ter a coragem de ser um herói na vida cotidiana, enfrentar os monstros de sua mente, de olhar para dentro de si e não ter medo do que você pode encontrar, pois nas próprias palavras de Campbell:
"Deuses reprimidos se transformam em demônios, e geralmente são esses demônios que encontramos primeiro quando voltamos a olhar para dentro."
— Joseph Campbell
As entrevistas de "O Poder do Mito" são divididas em 6 temas e um extra:
A Saga do Herói
A Mensagem do Mito
Os Primeiros contadores de Histórias
Sacrifício e Felicidade
O Amor e a Deusa
Máscara da Eternidade
Entrevista com George Lucas (criador da saga Stars Wars)
Muito antes dos cavaleiros medievais se encarregarem de matar dragões, os contos de aventuras heroicas já faziam parte de todas as culturas mundiais. Campbell nos desafia a ver a presença de uma jornada heroica em nossas vidas e destaca a importância da imaginação em nossa existência.
Campbell analisa o que é o mito em si e para que serve. Também compara a história da criação do Gênesis bíblico com as histórias de criação no mundo de outras culturas. Por causa das constantes mudanças mundiais, a religião deve ser transformada e novas mitologias devem ser criadas. Hoje em dia, as pessoas se apegam a mitos que não lhes têm serventia alguma.
Campbell discute o papel do sacrifício no mito, que simboliza a necessidade do renascimento. Ele enfatiza a necessidade de cada um encontrar o seu lugar sagrado neste mundo tecnológico e acelerado.
Campbell fala sobre o amor romântico, começando pelos trovadores do século 12 e o conto sobre Tristão e Isolda. Também questiona a imagem da mulher que, no tempo "pagão" era adorada como deusa, mas com o monoteísmo sua função e imagem mudaram drasticamente.
Campbell proporciona visões interessantes sobre os conceitos de Deus, religião e eternidade, como foram revelados nos ensinamentos cristãos e nas crenças dos budistas, dos índios Navajo, Schopenhauer, Jung e outros. Foi sua última entrevista. Semana depois, Campbell vem a falecer.
Sétima e ultima parte do documentário, adicionada em uma edição feita alguns anos após a morte de Campbell, onde George Lucas fala sobre a influencia de Campbell em sua vida e na criação da história de Star Wars. "A importância do que Campbell diz é notada quando, diante seus ensinamentos, perguntamos a nós mesmos: por que estou escrevendo essa história? O que faz ela valer a pena ser escrita e lida? O que faz dela especial? O que ela tem para a humanidade? E apenas encontramos respostas para essas perguntas quando olhamos para nós mesmos e descobrimos nosso papel nesse mundo como artistas. E para isso, precisamos encontrar nosso lugar na própria humanidade."
OBS:Se os videos não funcionarem vou disponibilizar aqui um link para download de toda série:
Brian Greene é um físico e professor na Universidade de Columbia, especialista na teoria das cordas.
Nessa palestra Brian conta resumidamente a historia da física e como atualmente a física moderna tem mostrado ser possível o que antes eram tido como ficção, a existência de outras dimensões.
OBS: Para ativar a legenda clique no botão Play e não na tela do vídeo, se você clicar na tela para dar inicio ao vídeo as legendas irão ser bloqueadas, não consegui arrumar esse bug.
Animação criada a partir da fala de Sir Ken Robinson, um especialista em educação e criatividade de renome mundial e ganhador do Prêmio Benjamin Franklin da RSA.
RSA é uma organização britânica voltada
ao desenvolvimento e pesquisa de novas maneiras de pensar novos modelos
sociais com o objetivo de encorajar uma sociedade mais inventiva,
engenhosa e realizada.
Sir Ken Robinson discute os modelos de
educação atuais, que “anestesiam” a mente das crianças através de
práticas ultrapassadas de ensino, tornando-os adultos passivos e com pouca esperança de mudar a sua realidade.
Dublado
Legendado
"Todos nós somos gênios, mas se você julgar um peixe por sua capacidade de escalar uma árvore, ele passará a vida acreditando que é idiota"
Esses documentários são básicos para quem quiser entender porque a sociedade é como é, e o que podemos fazer pra mudar nossa atual situação.
Evolua e busque sempre novas perspectivas para formar sua própria opinião ao invés de aceitar passivamente as opiniões impostas.
Concordando ou não com as visões exibidas na série, uma coisa é certa: O ser humano tem que evoluir para além do mecanismo social atual.
Eduardo Marinho é um artistas grafico Brasileiro, que eu conheci por alguns videos que foram postados no YouTube.
Nos videos Eduardo faz reflexões sobre o sistema que nós vivemos, fala um pouco sobre religião, critica o jeito que o sistema financeiro é organizado, assim como o sistema politico e a nossa falsa democracia, mas pior ainda que os sistemas que nós somos aprisionados é a hipocrisia do povo, que enxerga os problemas evidentes acontecendo e não fazem nada.
As reflexões dele vão MUITO além do que citei, por isso peço que vejam por si mesmos, e reflitam....
Abaixo os Videos, vale a pena MESMO.
Faço das palavras dele, as minhas.
O que a razão não alcança
Forças armadas, psicologia do inconsciente e democracia
Entrevista realizada por Alex Jones em 17/11/2009, na cidade de Phoenix, Arizona. O pesquisador e palestrante e escritor britânico, David Icke se dedicou, desde 1990, a pesquisar sobre "quem e o que está realmente controlando o mundo". Anteriormente, foi um jogador de futebol profissional, repórter, apresentador de programa de esportes, e porta-voz do Partido Verde da Inglaterra e do País de Gales. Já publicou 20 livros que explicam suas idéias, pensamentos e visões. Icke desenvolveu uma visão mundial tanto política quanto moral, que combina espiritualidade com uma denúncia apaixonada daquilo que ele percebe como tendências totalitárias e orwellianas no mundo moderno. Nessa entrevista ele explica como a Elite está desesperada tentando abafar o despertar global que está atrasando sua agenda de dominação mundial. mostra também como drogas, alimentação tóxica, poluição eletromagnética e vacinas estão sendo usados para emburrecer a população até uma mentalidade de servitude estilo ovelha, para facilitar o sistema de controle sobre o indivíduo. Isso sem contar o controle que essa elite exerce sobre as mídias de comunicação, que são os maiores emburrecedores sociais.
Somos criaturas bio-químicas e queiramos ou não estamos confinados, pelo menos enquanto seres viventes deste mundo, a interagirmos com toda essa descarga química que rege nossas vidas diariamente. Somos uma grande farmácia de manipulação, uma indústria química que consegue produzir um elemento para cada coisa.
Tem química para a alegria, tristeza, paixão, stress, medo, coragem, raiva, excitação, bem-estar… Toda e qualquer emoção que tivermos, por mais que tenham tido seu estopim na mente e nas ações e interações do cotidiano, vai culminar no gerenciamento de alguma química pelo cérebro, que irá induzir e sentir tal processo, em sua totalidade, como uma emoção.
E como toda química, obviamente, algumas viciam. À princípio, não há problema nisso. O problema é quando as ações e estímulos necessários para que se inicie todo esse processo, acontecem de forma equivocada, atingindo negativamente os outros e a nível inconsciente, a si mesmo.
E é aí que entra o papel do ego…
Nunca vi termo tão mal compreendido quanto este. O ego tornou-se a majestade e o bobo da corte – simultaneamente. Muitos de nós, vivemos exclusivamente em função dele, mas não temos a menor noção de que a forma que tratamos nosso ego, tem sido manipulada por forças poderosas e covardes, que se aproveitam da falta de auto-conhecimento para deturpar diariamente como lidamos com nós mesmos, sem nos darmos conta do processo.
Uma boa definição de “ego”:
“O ego é uma instância da personalidade definida pela psicologia como o nosso eu mais perceptível. Esse conceito foi revisto e ampliado pelo médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), autor da teoria psicanalítica. Para ele, o ego é uma instância psíquica relacionada ao princípio de realidade. O psiquismo humano seria composto ainda por duas outras instâncias: o id, que se orientaria pelo princípio do prazer, e o superego, que exerceria a função de juiz ou censor do ego. O ego, que é a parte mais perceptível de cada um de nós, age condicionado por nossos desejos, conscientes ou inconscientes, e ao mesmo tempo é moldado por nossa autocensura e pelos nossos juízos de valor, representados pelo superego. As pessoas com ego mais frágil são, geralmente, mais impulsivas, uma vez que cedem aos impulsos do id. Quem tem o ego mais rígido, por sua vez, está mais submetido às leis do superego e costuma ser lógico e controlador.” Um bom exemplo das armadilhas do ego, é a questão do “status” ou posição social. Desde cedo, somos massificados com a seguinte informação: “você é o que tem”. Alguém com um anél de ouro, um carro mais moderno, uma roupa de marca, consegue se sentir bem exibindo-se em público e atraindo atenções para tal. Se sente uma pessoa superior apenas por possuir bens materiais que, “dizem” ser melhores do que muitos outros em uso pela grande maioria. Nomes e marcas fazem este trabalho, que evidentemente é ilusório para os que sabem como isso tudo é criado, mas altamente corruptível e atraente para a grande maioria. É a manutenção do ego utilizando a ilusão do status, criada pelo capitalismo através da mídia.
E daí, entra em ação mais uma vez o turbilhão químico do bem-estar, a partir de um estímulo nocivo. E isso acontece em diversas outras situações do cotidiano, que visam atrair a atenção para si:
- Agressão a outras pessoas em posições inferiores ou não passíveis de revide, como vendedores de lojas, atendentes de serviços via telefone e outros trabalhadores que lidam com o público. A agressão pode partir de um cliente/consumidor ou mesmo do chefe, que agride psicologicamente, ameaçando sempre mandar o trabalhador embora, incutindo medo, insegurança e humilhando o indivíduo;
- A agressão pode se dar em outros níveis da sociedade, como com idosos, crianças, mulheres, etc. O mundo acaba virando um palco para desfilarmos nossa “atitude”, aliviar nossas frustrações, mas isso serve apenas para que nós mesmos nos afastemos da noção de inferiores, patéticos. Agressão verbal ou até física para inflar o ego e nos sentirmos poderosos, mesmo que às custas da humilhação alheia;
- Super-estimar posses materiais, ou o popular “contar vantagem”. “- Meu carro é melhor, meu relógio é melhor, minha roupa é de marca, meu sapato foi caríssimo” e por aí vai… “O meu é sempre melhor do que o seu”, mesmo que na prática não me transforme em uma pessoa melhor. Muito pelo contrário, acabamos escravos do que possuímos e cada vez mais dependentes de bens materiais para nos afirmarmos como indivíduos na sociedade;
- Da mesma maneira que supervalorizar bens materiais infla o ego, diminuir o que outros possuem também dá conta do recado. Falar mal da vida alheia, caluniar as pessoas e fazer pouco caso do que possuem, como conseguiram seus bens, como são fisicamente ou como vivem, serve para intensificar ainda mais o bem-estar ilusório, ou para mascarar frustrações. De qualquer forma, serve de alimento para o ego. Um alimento deveras venenoso e viciante, que vai exigir cada vez mais comportamentos bizarros. Como uma droga, sempre se quer mais sem se importar com limites;
- Outra ação muito comum na sociedade é a filiação a grupos para participar de manifestações de cunho popular que também geram alimento ao ego, mas que descamba para a alienação e por vezes agressão. O caso mais comum talvez seja o de torcidas organizadas de futebol, mas a religião também pode ser um motivador poderoso. O foco da pessoa que se filia a um todo desse tipo se perde, assim como sua individualidade. Ele não vai mais ao estádio para torcer, mas sim para agredir a torcida adversária, “marcar território” e se sentir forte como parte de um coletivo que lhe providencia escudo e proteção para agir de maneira que não agiria estando sozinho. No final, ele não sabe se torce pro time, pro jogador, pro clube ou pro dirigente, pois a idéia é competir e sobrassair como parte de um grupo, seja ele qualquer.
E é assim… Um círculo vicioso de comportamentos que visam o bem-estar pessoal acima de tudo, baseando-se no egoísmo como principal propulsor, muitas vezes sem a menor auto-crítica e piedade com o próximo. O “Eu” acima de tudo e de todos, que acaba perpetuando e corrompendo toda a sociedade pela lei da imitação, pela facilidade com que se pode fazer tais coisas e acima de tudo pela legitimidade com que tratamos esses comportamentos. Afinal, “- o mundo é assim”, dizem.. como também “- não vou conseguir mudar o mundo sozinho”. Esses pensamentos são justamente o combustível principal de muitos dos erros e problemas da atualidade, como a desigualdade social e o preconceito, mas que pode começar a ser mudado a qualquer momento. Basta que consigamos ter o desejo honesto de se melhorar, evoluir a consciência, pois com isso, invariavelmente melhoramos o mundo. Talvez ainda haja um pouco de tempo para nós, mas com certeza haverá bastante para as futuras gerações. Mesmo que não estejamos mais aqui, pense que muitas pessoas boas, sensatas e inteligentes, tiveram grandes feitos no passado e que hoje, mesmo elas já não estando mais por aqui, nós é que nos beneficiamos com isso.
EGO, O FALSO CENTRO
O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.
Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.
Nascimento significa vir a este mundo, o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce neste mundo. Ela abre seus olhos, vê aos outros. O ‘outro’ significa o tu. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Este também é o outro, também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo.
É desta maneira que a criança cresce.
Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que esta pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se ela aprecia a criança, se diz: ‘Você é bonita’, se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Agora um ego está nascendo. Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ela não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.
E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce – um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida; sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é o ego. Isso também é um reflexo.
Primeiro a mãe – e mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas. O ego é um fenômeno acumulativo, um subproduto do
viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não. O verdadeiro pode ser conhecido somente através do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ela é uma disciplina. O verdadeiro pode ser conhecido somente através da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Através desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.
O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá para a escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estão adicionando algo ao seu ego, e todos estão tentando modificá-lo, de tal forma que você não se torne um problema para a sociedade.
Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade.
A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Ela não está interessada no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhe que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão. Assim, estão tentando dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajustará à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro.
É por isso que colocamos os criminosos nas prisões – não que eles tenham feito alguma coisa errada, não que ao colocá-los nas prisões iremos melhorá-los, não. Eles simplesmente não se ajustam. Eles criam problemas. Eles têm certos tipos de egos que a sociedade não aprova. Se a sociedade aprova, tudo está bem.
Um homem mata alguém – ele é um assassino. E o mesmo homem, durante a guerra, mata milhares – e torna-se um grande herói. A sociedade não está preocupada com o homicídio, mas o homicídio deveria ser praticado para a sociedade – então tudo está bem. A sociedade não se preocupa com moralidade.
Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade.
Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está
interessada no fato de que você deveria chegar ao autoconhecimento. A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu – não é possível. E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que este é o seu centro, o ego dado pela sociedade.
Uma criança volta para casa – se ela foi o primeiro aluno de sua classe, a família inteira fica feliz. Você a abraça e a beija, e você coloca a criança no colo e começa a dançar e diz: ‘Que linda criança! Você é um motivo de orgulho para nós.’ Você está dando um ego a ela. Um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, um fiasco – ela não pode passar, ou ela tirou o último lugar – então ninguém a aprecia e a criança sente-se rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado. O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. É por isso que você está continuamente pedindo atenção.
Ouvi contar:
Mulla Nasrudin e sua esposa estavam saindo de uma festa, e Mulla disse:
‘Querida, alguma vez alguém já lhe disse que você é fascinante, linda, maravilhosa?’
Sua esposa sentiu-se muito, muito bem, ficou muito feliz. Ela disse: ‘Eu me pergunto por que ninguém jamais me disse isso.’
Nasrudin disse: ‘Mas então de onde você tirou essa idéia?’
Você obtém dos outros a idéia de quem você é. Não é uma experiência direta. É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Esse centro é falso, porque você contém o seu centro verdadeiro. Este não é da conta de ninguém. Ninguém o modela, você vem com ele. Você nasce com ele. Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Este é o eu. E o outro centro, que lhe é dado pela sociedade – o ego. Ele é algo falso – e é um grande truque. Através do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente então a sociedade o aprecia. Você tem que caminhar de uma certa maneira: você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente então a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, quem você é. Os outros lhe deram a idéia.
Essa idéia é o ego. Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a menos que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se, vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará despedaçado, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo,quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.
Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas.
Ouvi dizer:
Uma criancinha estava visitando seus avós. Ela tinha apenas quatro anos de idade. De noite, quando a avó a estava fazendo dormir, ela de repente começou a chorar e a gritar:
‘Eu quero ir para casa. Estou com medo do escuro.’
Mas a avó disse:
‘Eu sei muito bem que em sua casa você também dorme no escuro; eu nunca vi a luz acesa: Então por que você está com medo aqui?’
O menino disse:
‘Sim, é verdade – mas aquela é a minha escuridão. Esta escuridão é completamente desconhecida.’
Até mesmo com a escuridão você sente: ‘Esta é minha.’
Do lado de fora – uma escuridão desconhecida. Com o ego você sente: ‘Esta é a minha escuridão.’ Pode ser problemática, pode criar muitos tormentos, mas ainda assim, é minha. Alguma coisa em que se segurar, alguma coisa em que se agarrar, alguma coisa sob os pés; você não está em um vácuo, não está em um vazio. Você pode ser infeliz, mas pelo menos você é.
Até mesmo o ser infeliz lhe dá uma sensação de ‘eu sou’. Afastando-se disso, o medo toma conta; você começa a sentir medo da escuridão desconhecida e do caos – porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte do seu ser… É o mesmo que penetrar em uma floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca – a floresta, a selva. Aqui tudo está bem; você planejou tudo. Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que você possa se sentir em casa ali.
E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo. Além da cerca você é, tal como dentro da cerca você é – e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o
seu centro verdadeiro está oculto.
Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido.
Por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos.
Por um certo tempo, você vai sentir-se atordoado.
Por um certo tempo, você vai sentir-se muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.
Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas.
Esta é a sua alma, o eu.
Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos; nasce uma nova ordem. Mas esta não é a ordem da sociedade – é a própria ordem da existência. É o que Buda chama de Dharma, Lao Tsé chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência.
Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas. A diferença é a mesma que existe entre uma flor verdadeira e uma flor de plástico ou de papel. O ego é uma flor de plástico, morta. Não é uma flor, apenas parece com uma flor. Até mesmo lingüisticamente, chamá-la de flor está errado, porque uma flor é algo que floresce. E essa coisa de plástico é apenas uma coisa e não um florescer. Ela está morta. Não há vida nela. Você tem um centro que floresce dentro de você. Por isso os hindus o chamam de lótus – é um florescer. Chamam-no de o lótus das mil pétalas. Mil significa infinitas pétalas. O centro floresce continuamente, nunca para, nunca morre. Mas você está satisfeito com um ego de plástico. Existem algumas razões para que você esteja satisfeito. Com uma coisa morta, existem muitas vantagens. Uma é que a coisa morta nunca morre. Não pode – nunca esteve viva. Assim você pode ter flores de plástico, e de certa forma elas são boas. Elas são permanentes; não são eternas, mas são permanentes. A flor verdadeira, a flor que está lá fora no jardim, é eterna, mas não é permanente. E o eterno tem uma maneira própria de ser eterno. A maneira do eterno é nascer muitas e muitas vezes… e morrer. Através da morte, o eterno se renova, rejuvenesce.
Para nós, parece que a flor morreu – ela nunca morre. Ela simplesmente troca de corpo, assim está sempre fresca. Ela deixa o velho corpo e entra em um novo corpo. Ela floresce em algum outro lugar, nunca deixa de estar florescendo. Mas não podemos ver a continuidade porque a continuidade é invisível. Vemos somente uma flor, outra flor; nunca vemos a continuidade. Trata-se da mesma flor que floresceu ontem. Trata-se do mesmo sol, mas em um traje diferente.
O ego tem uma certa qualidade – ele está morto. É de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não o precisa procurar; a busca não é necessária para ele. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente uma parte da multidão. Você é apenas uma turba. Quando você não tem um centro autêntico, como você pode ser um indivíduo? O ego não é individual. O ego é um fenômeno social – ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu.
E por isso você é tão infeliz.
Com uma vida de plástico, como você pode ser feliz? Com uma vida falsa, como você pode ser extático e bem-aventurado? E esse ego cria muitos tormentos, milhões deles. Você não pode ver, porque se trata da sua escuridão. Você está em harmonia com ela. Você nunca reparou que todos os tipos de tormentos acontecem através do ego? Ele não o pode tornar abençoado; ele pode somente torná-lo infeliz.
O ego é o inferno.
Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego continua encontrando motivos para sofrer.
Uma vez eu estava hospedado na casa de Mulla Nasrudin. A esposa estava dizendo coisas muito desagradáveis a respeito de Mulla Nasrudin, com muita raiva, aspereza, agressividade, muito violenta, a ponto de explodir. E Mulla Nasrudin estava apenas sentado em silêncio, ouvindo. Então, de repente, ela se voltou para ele e disse: ‘Então, mais uma vez você está discutindo comigo!’ Mulla disse: ‘Mas eu não disse uma única palavra!’
A esposa replicou: ‘Sei disso – mas você está ouvindo muito agressivamente.’ Você é um egoísta, como todos são. Alguns são muito grosseiros, evidentes, e estes não são tão difíceis. Outros são muito sutis, profundos, e estes são os verdadeiros problemas.
O ego entra em conflito com outros continuamente porque cada ego está extremamente inseguro de si mesmo. Tem que estar – ele é uma coisa falsa. Quando você nada tem nas mãos, mas acredita ter algo, então haverá um problema. Se alguém disser: ‘Não há nada’, imediatamente começa a briga porque você também sente que não há nada. O outro
o torna consciente desse fato. O ego é falso, ele não é nada.
E você também sabe isso.
Como você pode deixar de saber isso? É impossível! Um ser consciente – como pode ele deixar de saber que o ego é simplesmente falso? E então os outros dizem que não existe nada – e sempre que os outros dizem que não existe nada, eles batem numa ferida, eles dizem uma verdade – e nada fere tanto quanto a verdade. Você tem que se defender, porque se você não se defende, se não se torna defensivo, onde estará você?
Você estará perdido. A identidade estará rompida.
Assim, você tem que se defender e lutar – este é o conflito. Um homem que alcança o eu nunca se encontra em conflito algum. Outros podem vir e entrar em choque com ele, mas ele nunca está em conflito com ninguém.
Aconteceu de um mestre Zen estar passando por uma rua. Um homem veio correndo e o golpeou duramente. O mestre caiu. Logo se levantou e voltou a caminhar na mesma direção na qual estava indo antes, sem nem ao menos olhar para trás. Um discípulo estava com o mestre. Ele ficou simplesmente chocado. Ele disse:
‘Quem é esse homem? O que significa isso? Se a gente vive desta maneira, qualquer um pode vir e nos matar. E você nem ao menos olhou para aquela pessoa, quem é ela, e por que ela fez isso?’
O mestre disse: ‘Isso é problema dela, não meu.’
Você pode entrar em choque com um iluminado, mas esse é seu problema, não dele. E se você fica ferido nesse choque, isso também é problema seu. Ele não o pode ferir. É como bater contra uma parede – você ficará machucado, mas a parede não o machucou.
O ego sempre está procurando por algum problema. Por quê?
Porque se ninguém lhe dá atenção o ego sente fome. Ele vive de atenção.
Assim, mesmo se alguém estiver brigando e com raiva de você, mesmo isso é bom, pois pelo menos você está recebendo atenção. Se alguém o ama, isso está bem. Se alguém não o está amando, então até mesmo a raiva servirá. Pelo menos a atenção chega até você. Mas se ninguém estiver lhe dando qualquer atenção, se ninguém pensa que você é alguém importante, digno de nota, então como você vai alimentar o seu ego?