O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais e ajudar a esclarecer duvidas sobre a nossa complexa realidade.

Aqui irei expor textos, reflexões, videos, imagens e etc. relacionados com os seguintes assuntos:
Psicologia, Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia, Sociologia e o funcionamento do sistema em geral.

Não esperamos que acreditem no que é apresentado aqui sem primeiro investigar por vocês mesmos, e nós insistimos que vocês o façam!
O que é postado aqui são apenas perspectivas e não "verdades absolutas", com isso quero dizer que não tentarei convence-los, mas estimula-los a irem além do que conhecem, ou acreditam conhecer.
Busquem informação e ajudem a dissemina-la! Com informação vem conhecimento, com conhecimento sabedoria, a sabedoria lhe aproxima da verdade.... e a verdade o libertará!
Ouça a todos, não siga ninguém.
A única revolução é a SUA Evolução da Consciência!
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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Siddhartha Gautama - O Buda

A iluminação de Buda ao enfrentar seu ego
"Buda" é um título dado na Filosofia Budista para àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos daquilo que chamamos de realidade e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.

Siddhartha Gautama, foi um príncipe da região do atual Nepal, buscador da verdade, e eventualmente tornou-se um professor espiritual daquilo que ele havia redescoberto em si mesmo. É popularmente conhecido como O Buda, que significa "aquele que despertou". Seus ensinamentos deram origem ao budismo, mas ao contrário do que muitos pensam, ele não é o fundador do mesmo. Nas palavras do próprio Buda, como é dito através do Sutra do Diamante:
"Nunca pense que eu acredito que devo estabelecer um sistema de ensino para ajudar as pessoas a entenderem o caminho. Nunca divida tal pensamento. O que eu proclamo é a verdade como eu descobri. Um sistema de ensino não tem nenhum significado, porque a verdade não pode ser quebrada em pedaços e ser disposta em um sistema."

Existe muita discussão sobre se o budismo é uma religião ou é uma filosofia. Ao meu ver, é ambos, pois o termo religião vem do latim "religare", que significa "religação", e a religação com a nossa essência é uma das buscas dos budistas. Outro ponto é que em qualquer religião há filosofia, mas a diferença é que no budismo é transmitida a ideia de que não devemos nos apegar a crenças, no sentido de não nos atermos apenas a elas. Além do mais é uma religião não-deísta, ou seja, não tem como base em suas estruturas nem narrar a formação do mundo, nem apresentar seres superiores e buscar favores deles ou sequer entender esse Deus ou deuses, simplesmente por que não temos como conhecer tudo.

O budismo poderia também ser melhor descrito como uma ciência da mente, assim como a psicologia, já que busca compreender nossos processos mentais, e como podemos aprender a lidar com eles e até mesmo transcender o controle que alguns processos tem sobre nós.
Muitos dos que rotulam o budismo como sendo uma religião igual a qualquer outra, são pessoas que se dizem ateus, mas que na realidade são anti-religião, onde ao ligarem-se demais ao materialismo das coisas não conseguem processar seus entendimentos de uma maneira mais abstrata e vislumbrar a profundidade daquilo que não se compreende apenas de maneira intelectual. Mas isso não é a chamada "fé", a compreensão que me refiro aqui vai além de crenças e falsas certezas criadas pela mente intelectual. Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser experimentada, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais. E por esse motivo digo que o budismo não é uma religião, pelo menos não no sentido dogmático (apesar de algumas vertentes tenderem para esse lado por ser uma característica cultural buscar dogmas). Nas palavras do próprio Siddhartha, "não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo porque todos falam a respeito. Não acredite em algo porque está nas escrituras sagradas. Não acredite em algo só porque seus mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".

Curiosidade: Budismo na cultura moderna
É importante entender que não se deve interpretar literalmente as histórias de Buda, assim como a de Jesus e Krishna, pois elas são muitas vezes representações metafóricas de processos mentais. Também ocorre que quando se deseja expressar alguma ideia complexa de ser explicada usando as palavras, é preciso usar símbolos que as pessoas possam entender, ou pelo menos ajuda-las a ter uma noção do que se está falando.

Uma curiosidade interessante relacionada ao assunto é o fato do personagem principal da Trilogia Matrix, Neo (One = Um), ser uma referência evidente ao Buda, devido a história do personagem ter diversas semelhanças, como a busca pela iluminação, a idolatria que o povo de Zion tinha por ele, na esperança de uma libertação, no final do filme Neo percebe que ele é um com a Fonte ao integrar o Agente Smith (que representa o Ego, ou a Sombra de Neo) em si mesmo. O ator que interpreta o Neo, Keanu Reeves, também interpreta Siddhartha em um filme de 1993, "O Pequeno Buda" (Filme completo no final do artigo). No segundo filme "Matrix: Reloaded", Neo encontra o Arquiteto, o criador da ilusão, algo parecido acontece no filme "O Pequeno Buda", Buda encontra seu "falso eu"(a identificação com a forma, o ego) e chama-o de "arquiteto" também.

  • DOCUMENTÁRIO: The Buddha (2010)
SINOPSE: Documentário do premiado diretor David Grubin, narrado por Richard Gere, que conta a história da vida do Buda, uma jornada especialmente relevante para os nossos próprios tempos difíceis de mudanças violentas e confusão mental. Ele apresenta o trabalho de alguns dos maiores artistas e escultores do mundo, que nos últimos dois mil anos vem retratando a vida do Buda em obras de arte ricas em beleza e complexidade. Budistas contemporâneos, como o poeta ganhador do prêmio Pulitzer, W.S. Merwin, e sua santidade o Dalai Lama, revelam insights que tiveram a partir da antiga narrativa sobre a vida do príncipe indiano Siddhartha Gautama, que abandonou todo o luxo, conforto e ilusão da vida palaciana e partiu numa busca espiritual que o levaria à iluminação.

Documentário [Legendado - Parte 1]


Documentário [Legendado - Parte 2]



  • DOCUMENTÁRIO: A Vida de Buda (BCC)
SINOPSE: Este documentário recria a vida de alguém que nunca quis ser venerado como um Deus, mas que mudou para sempre a história da humanidade em busca de paz e felicidade eterna. Quinhentos anos antes de Cristo um jovem príncipe deixou seu palácio e iniciou uma viagem pelo norte da Índia. Suas experiências definiram uma filosofia de vida que hoje tem mais de 400 milhões de praticantes. A filosofia Budista cresce dia após dia e mais pessoas, cada vez mais jovens, se interessam sobre os ensinamentos de Buda.

No início do século XIX, um grupo de arqueólogos e exploradores ocidentais encontrou em Lumbini, um pequeno povoado do Nepal, o lugar de nascimento de Buda, o que os permitiu descobrir alguns segredos de sua vida. Uma pesquisa profunda, com testemunhos de especialistas e as últimas descobertas arqueológicas.


Documentário Completo [Dublado]

  • FILME: O Pequeno Buda (Little Buddha - 1993)

"Little Buddha" é um filme que aborda a história de Siddhartha Gautama, que é contada para uma criança que acredita-se ser a reencarnação de um grande monge.
 O filme é direcionado para crianças, aborda o tema de maneira bem básica e simplificada, mas é muito interessante para quem não conhece a história e a filosofia Budista.

SINOPSE: Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu e Kenpo Tensin, sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa, sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que um garoto de 10 anos, Jesse, o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje, um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa ficam céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje. Porém após o suicídio de Even, um sócio de Dean, este muda de ideai. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.


FILME COMPLETO [LEGENDADO]


terça-feira, 7 de junho de 2016

A Ilusão do "Eu"

Recomendado ler antes: Memento Mori

 O conceito de Ego pode significar muitas coisas dependendo de quem está falando, em uma visão esotérica seria o lado "problemático" da mente, aquele que sucumbe facilmente à ganância, gula, luxúria, ódio, preguiça, inveja e vaidade/orgulho. Embora essa visão não esteja completamente errada, é uma perspectiva simplificada e reducionista, na verdade, o que chamamos de "eu" é uma estrutura mental que criamos para convivermos em sociedade.

O psicanalista Sigmund Freud idealizou o ego como sendo uma das três estruturas do seu modelo de aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de mediar os impulsos provenientes do inconsciente, levando em consideração as demandas e limitações impostas pelo "mundo externo". O ego faz isso através de mecanismos de defesa, que extravasão  ou redistribuem a energia psíquica. Na psicanalise o ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente e não temos total controle sobre eles.

Já seu discípulo, e eventual dissidente, Carl Jung usou o termo "ego" para definir uma parte da psique humana, a qual se encontra dentro de uma estrutura maior. Um dos principais conceitos de Jung e, pode-se dizer, o objetivo de todo homem para ele, é o da individuação, que seria um processo de desenvolvimento pessoal que envolve o estabelecimento de uma conexão entre o ego, centro da consciência, e o Self, centro da psique total, o qual, por sua vez, inclui tanto a consciência como o inconsciente. Para Jung, existe interação constante entre a consciência e o inconsciente, e os dois não são sistemas separados, mas dois aspectos de um único sistema, por isso é tão importante manter a comunicação e o equilíbrio do eixo ego-Self.

Mind Throne
by Justin Slattum
 Quando vemos o ego como algo "problemático" o que sentimos imediatamente é a vontade de separa-lo, exclui-lo, mas isso só ira gerar mais conflito. O ego, apesar de ser uma ilusão, não é um inimigo, a não ser que você faça ele um. Ele é apenas um processo mental, o problema é quando criamos um senso de identificação rígido e obsessivo, fazendo isso acabamos por dar boa parte do nosso poder para essa ilusão ditar o que devemos pensar, sentir e ser,. O que precisamos fazer é tomar consciência da estrutura mental que construirmos, e podemos fazer isso de maneira eficiente  através da auto-observação, ou qualquer tipo de observação, pois tudo que vemos nos outros, e até mesmo nos padrões da natureza, faz parte da nossa essência, o que nós realmente somos é uma forma de extensão da existência em si. Compreender isso que é transcender o ego, não é destruí-lo, mas entender porque ele existe, e usa-lo com sabedoria. O ego é um bom servo, mas um péssimo mestre.


Break Free by Donnyhood
Ao notar uma possibilidade de sua existência não ser "verdadeira" (no sentido de ser impermanente), ou ao se encontrar com algum evento contrário a sua perspectiva, o ego assume uma postura de reação e ataque, negando persistentemente qualquer outro braço do fractal universal. Deste modo, o intelecto não pode incluir nada em seu campo de existência que vá contra aquilo que já está condicionado em seu interior.

Se você crê estar vendo o todo, seja o todo universal, ou todo pessoal, então está limitado a percepção egocentrista, que se diz conhecedora da verdade. Todavia, a natureza da mente é fragmentada, ou seja. se enxerga como uma parte separada da existência, da totalidade, enxerga somente os fragmentos que lhe são conhecidos e/ou convenientes. A mente consciente opera em padrão de seleção e deleção de informação, não há como ela processar tudo. Portanto, se você crê estar vendo o todo, seja o todo universal, ou todo pessoal, então está limitado a percepção egocentrista, que se diz conhecedora da verdade. Todavia, a natureza da mente é fragmentada, ou seja. se enxerga como uma parte separada da existência, do todo, portanto não se sente completa, enxerga somente os fragmentos que lhe são conhecidos conscientemente e isso distorce a sua percepção.

Conhecer o todo, ou ao menos ter um vislumbre do todo, da criação, não é possível através do intelecto. A verdade não pode surgir do intelecto, pois ela não é linear, não pode ser traduzida. Pois que no momento em que há a tradução da verdade, ela deixa de existir. A verdade só pode ser experimentada.


Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser sentida, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais.
Até podemos tentar compreende-la através do intelecto, mas jamais será a verdade em si, apenas uma perspectiva dela. Por esse motivo é importante entender que o que chamamos de "eu" não tem uma existência objetiva, somente existindo como um reflexo ilusório da consciência primordial, como uma ideia em nossas mentes e não a verdade em si.

Quando nos fixamos na identificação obsessiva com este "eu" nos limitamos, nos fechamos para o total potencial de quem somos.

 Com esse texto eu não quero dizer que não devemos usar o intelecto, muito pelo contrário, o que quero dizer é que devemos utiliza-lo da maneira adequada, sabendo sua função e suas limitações. Todos processos mentais tem sua utilidade, precisamos saber equilibrar, pois como diz o velho ditado Zen sobre a iluminação:
"Não se pode atingir ao pensar.
Não se pode atingir ao não pensar."


Há quem diga que apenas na "morte" do ego é possível haver felicidade, paz e liberdade. Mas será possível (e necessário) matar o ego?

Continua...

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Efeito Sombra

"Aprenda a amar com todo o seu coração e aceitar o lado desagradável dos outros (e o seu). 
Qualquer um pode amar uma rosa, mas é preciso ter um grande coração para incluir os espinhos."
- Ditado Budista


Documentário inspirado pelo livro de Deepak Chopra, Debbie Ford e Marianne Williamson.
"O Efeito Sombra" tem como tema principal o conflito entre quem somos e quem queremos ser, conflito que cada ser humano convive dentro de si. Aborda também a questão da Dualidade que vivenciamos na atual realidade, seja no mundo interno ou externo. Essa dança entre os opostos é necessária para existir qualquer tipo de interação e compreensão, pois se não há escuridão como podemos distinguir a luz? Se não há frio, como podemos dizer que algo é quente?
Carl Jung fez uma observação interessante sobre esse fato: "Até mesmo uma vida feliz não pode existir sem uma medida de escuridão, e a palavra “feliz" perderia seu significado se não fosse equilibrada pela “tristeza". É muito melhor aceitar as coisas como elas vêm, com a paciência e equanimidade."

Sinopse:
“Os monstros não dormem em baixo da sua cama,
eles dormem dentro da sua mente”
O que é a Sombra? A Sombra é tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. Todos nós temos um lado obscuro. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada "boazinha" possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter. Porém a Sombra é parte nossa, e por ser algo bom, mas escondida e excluída, pode transformar-se em maus pensamentos. Mas descoberta e compreendida, a Sombra nos levará ao caminho da plenitude! Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz, uma nova perspectiva. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao nosso redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao nosso mais alto potencial. Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma inteireza, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder.


Documentário Completo e Legendado

Abaixo algumas citações do livro que achei relevante destacar.
"… O inconsciente não tem a ver com ‘eu’. Tem a ver com nós. Quando uma pessoa tem impulsos e ímpetos inconscientes, eles vêm de toda história da raça humana. Segundo Jung, cada um de nós está ligado a uma ‘consciência coletiva’, como ele assim chamava. A noção de que você e eu criamos nossos self separados e isolados uns dos outros é uma ilusão."
Pág. 28

"A medida que nos tornamos mais presentes e alertas, começamos a ver quanto somos robóticos e encurralados nas personalidades que criamos. E podemos escolher tomar medidas proativas para lidar com as sombras que estão nos prendendo e tentar nos libertar. Não se iluda: se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco…"
Pág. 132

"A sombra não tem apenas as nossas características sombrias, ou aquelas que a sociedade considera más. Ela também inclui todas as qualidades positivas que escondemos. Essas qualidades positivas são frequentemente citadas como ‘sombra iluminada’. Não sepultamos apenas nossas obscuridades, mas também nossos traços positivos – aspectos poderosos, amorosos e deliciosos… Podemos ter enterrado a genialidade, a competência, o humor, o sucesso ou a coragem. Talvez tenhamos escondido a autoconfiança, carisma ou força."
Pág. 177



Lidando com a nossa sombra
Trabalhar com nosso lado sombra é de vital importância, tanto na vida cotidiana quanto na vida dedicada à Arte. Cada vez mais, percebemos que as pessoas têm a tendência de esconderem dos outros e de si mesmas, seu lado "escuro", mas não escuro de uma maneira pejorativa e sim no sentido de algo que foi escondido nas sombras da luz da consciência. Aprendemos, ao longo de nossas vidas, a mostrar para a sociedade somente o lado que a mesma deseja ver. Formamos nossa personalidade de acordo com as regras ditadas por ela e o que ela não gosta, nos escondemos, fechamos em um baú e jogamos a chave fora. Como para atingirmos certos objetivos na vida, nós precisamos seguir as regras sociais, nós acabamos criando um padrão, uma fachada para apresentar às pessoas, sejam nossos familiares, sejam nossos amigos ou sejam nossos conhecidos. E é por isso que fica tão complicado de trabalharmos com nossa sombra, nos apegamos a vários comportamentos e "verdades" que criamos para nós.

"Está tudo na sua cabeça"
Trabalhar com nosso lado menos agradável requer, antes de mais nada, maturidade. É preciso aceitar que temos defeitos antes de sairmos por aí acusando ou criticando as outras pessoas por suas atitudes que, por vezes, é a nossa atitude também. E tal ação é fundamental para aqueles que querem seguir o caminho da verdade. Para começar, é preciso parar, olhar para dentro de nós e analisar a fundo nossa personalidade: do que gostamos, do que não gostamos, como reagimos a certas situações, quais são as nossas atitudes instintivas, enfim, todas as atitudes que temos no momento em que nos relacionamos com os outros e com nós mesmos.
Precisamos entender nosso comportamento antes de meditar. Se nós não entendemos o motivo de termos determinadas atitudes, como vamos entender o por quê nós estamos realizando tal meditação, ou temos tal atitude? Temos que parar para analisar se o que estamos fazendo é bom parar nós ou é só para mostrar ao outro como somos poderosos ou como conseguimos tal resultado com facilidade. E é no ocultismo que observamos essas atitudes mais claramente. Podemos ver isso em qualquer lugar que haja pessoas denominadas Mestras e que queiram aparecer mais que os outros. É a legítima fogueira das vaidades.

É preciso que nós tenhamos total consciência desse lado “ruim” para que possamos trabalhar com ele e que possamos, então, evoluir espiritualmente, afinal, para haver a luz, é preciso haver também a escuridão (Analise sobre a Dualidade). Entender a si mesmo é um processo complicado e complexo que envolve tempo e determinação da pessoa que quer seguir um caminho equilibrado. É importante que, nesse caminho, nenhuma etapa seja pulada, pois poderão surgir lacunas nas quais faltarão algumas conexões e algum entendimento do que a pessoa esteja buscando.

Uma boa ocasião para a pessoa analisar-se é ver sua reação em determinada situação. Por exemplo: se a pessoa está em um grupo, como ela reage se alguém diz que conseguiu tal resultado? Sente inveja, ciúmes, raiva? Esses momentos são perfeitos para a pessoa fazer sua autoanálise, pois é na vivência e na prática que a pessoa pode se analisar diante de determinada ocasião. Por isso dizem que "um bom ocultista não é aquele que aparenta ser calmo, sereno, mas que fora do campo de visão dos outros se estressa facilmente e sai agredindo os outros, um ocultista de verdade, é aquele que entende a si mesmo, entende o motivo de ficar zangado em determinada situação e trabalha com esse sentimento para saber como lidar com ele seja em qual situação for. Um ocultista de verdade é aquele que tem os dois lados da mesma moeda em seu coração e sabe usá-los com justiça e consciência."

"Não existe como criar consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, não importa o quão absurdo seja, para evitar encarar a própria alma. Não nos tornamos iluminados apenas imaginando figuras de luz, mas criando consciência da escuridão. Porém, esse procedimento é desagradável, portanto, não popular."


A única maneira de mudarmos o mundo de fato, é mudando a nós mesmos. Não adianta julgar e punir as pessoas por coisas que nós mesmos fizemos e fazemos ainda. Estamos todos passivos a errar, critique apenas de maneiras construtivas, jamais para machucar.
Não seja parte do problema, seja parte da solução, ao invés de derrubar, ajude a levantar.

Gostaria de encerrar esse artigo com uma tirinha e uma citação reflexiva:


Quando uma pessoa faz você sofrer, é porque ela sofre profundamente dentro dela, e o sofrimento dela está vazando e se espalhando.
Essa pessoa não precisa de uma punição, ela precisa de ajuda.
- Thich Nhat Hanh


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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Revolver

Revolver é um filme franco-inglês de 2005, escrito e dirigido por Guy Ritchie, e tem como protagonistas Jason Statham, Ray LiottaAndré "3000" e Vicent Pastore.

Sinopse:
Jake Green(Jason Statham) é um jogador que sempre andou com más companhias e que esteve preso durante 7 anos por ter caído nas teias de Dorothy Macha(Ray Liotta). Agora em liberdade e preparado para por em pratica sua vingança, Jake torna-se imbatível nas mesas de jogo usando uma fórmula (criada a partir de estudos feitos em livros de mecânica quântica sobre os padrões do Universo) que aprendeu com os ex-companheiros de prisão.
Enquanto isso, Macha está a preparar um plano para eliminar sem misericórdia o seu rival, Lord John e aposta a sua credibilidade numa arriscada operação de tráfico de droga com o "todo poderoso", Sam Gold.
Quando Jake vai visitar Macha no seu casino para humilhá-lo em público é salvo pelo enigmático Zach (Vicent Pastore) e o seu sócio Avi (André "3000"), que lhe oferecem proteção contra os capangas de Macha. A partir deste momento Jake entra num jogo, a última coisa que ele queria vir a estar envolvido, onde em cada esquina o perigo está sempre presente. Mas o maior perigo real vem de uma fonte completamente inesperada….

Trailer(sem legenda)


Áudio: Inglês
Legenda: Português
Formato: AVI


ALERTA DE SPOILER

O foco principal do filme é a vida e o despertar de Jake Green para a realização de que ele não é quem acha ser e que os inimigos exteriores foram criados pelo único inimigo que existe: Nós mesmos.
O filme aborda as questões da causa e efeito, que teoricamente é o motivo pela existência do ego, que busca compreender os eventos que acontecem no mundo que chamamos de realidade.
Eu acredito que o que chamamos de "eu" não existe, o que existe são múltiplos "eus" que estão constantemente lutando para se manifestar, o conceito de "eu" é um "trono" criado pela nossa consciência fragmentada, e isso é uma consequência da separação do Absoluto (nossa essência) para poder haver a criação do mundo das formas, que precisa existir para haver qualquer tipo de perspectiva que não seja absoluta(completa, imóvel, perfeita), é preciso para podermos observar a nós mesmos de outra perspectiva, "limitada".
Essa é a dança do Yin e Yang, há a segregação, e então há a unificação, e essa unificação é feita através do momento presente.
A existência desse padrão, que é o ego, se torna um problema quando permitimos que ela tome conta da nossa consciência, quando damos uma "vida própria", ou melhor, nós conceitualizamos em nossa mente que ela não é parte de nós, e assim perdemos o poder sobre ela. É isso que nos ajudou a chegar a esse estado de sofrimento em que vivemos, e é isso que alimenta a existência desse padrão.

Nas palavras do Senhor Green:
"Existe algo sobre você que você não sabe, que até mesmo nega existir, até ser tarde de mais para fazer algo em relação. É o único motivo que o faz levantar de manha para aguentar as merdas do seu chefe, o sangue, suor e lagrimas desperdiçadas.
É porque você quer que as pessoas saibam o quão “bom”, atraente, generoso, engraçado, inteligente, astuto você é…
“Me amem ou tenham medo de mim, mas por
favor, pensem que sou especial”
Compartilhamos um vicio, somos viciados por aprovação.
Estamos nesse jogo pelo tapinha nas costas, o relógio de ouro, o hip-hip-uha.
“Olhe aquele garoto esperto com o seu distintivo, polindo o seu troféu.”
Brilhe em si mesmo diamante maluco!
Porque somos apenas macacos em ternos, implorando pela aceitação dos outros.
Se soubéssemos, não faríamos isso.
Alguém deve estar escondendo isso de nós"
- Jake Green 


Reflexões Acerca do Ego



Buda - A Superação do Ego

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O Poder do Agora

"Poder sobre os outros é fraqueza mascarada de força. 
O poder verdadeiro reside no interior e está ao seu alcance."
 - Eckhart Tolle

O tempo não é nem um pouco precioso como dizem, porque é uma ilusão. O que você percebe como precioso não é o tempo, mas o único ponto que está fora do tempo: O Agora. Isso é realmente precioso. Quanto mais você está focado no tempo, passado e futuro, mais você perde o agora, a coisa mais preciosa que existe.
Now = "Agora"
O passado é uma memória, é um pensamento que surge no presente.
O futuro é apenas uma antecipação, é outro pensamento que surge no agora.
O que verdadeiramente temos é este momento, só isso.
Passamos a maior parte de nossas vidas esquecendo esta verdade, fugindo dela, olhando por cima dela, e o pior é que temos sucesso nisso. Conseguimos quase nunca nos conectar com o momento presente e encontrar a satisfação aqui e agora, porque estamos sempre com a esperança de ser feliz no futuro.
E o futuro nunca chega.
Até mesmo quando pensamos que estamos no momento presente, de forma muito sutil, muitas vezes estamos olhando adiante dele, antecipando em nossas mentes o que está por vir, estamos sempre buscando a solução de um "problema".
E é possível simplesmente deixar o problema, seja que só por um momento e aproveitar o que é real na sua vida, no presente. Esta não é uma questão de novas informações ou obter mais informações, ela exige uma mudança de atitude. Isso requer uma mudança na atenção à sua experiência no momento presente.

Nós vivemos em uma cultura totalmente hipnotizada pela ilusão de tempo, na qual o chamado presente é sentido como uma pequena linha entre o ‘todo poderoso’ passado causativo e o ‘absurdamente importante futuro’. Não temos presente. Nossa consciência está quase completamente preocupada com memórias e expectativas. Nós não percebemos que nunca houve, há, ou haverá qualquer tipo de experiência além da experiência do momento. 
Portanto, nós estamos fora de contato com a realidade. Nós confundimos o mundo como ele é falado, descrito, e mensurado com o mundo do modo que ele na verdade é. Nós estamos doentes com uma fascinação pelo uso das ferramentas de nomes, números, símbolos, sinais, conceitos e ideias.
Alan Watts

Gostaria de recomendar esse livro extremamente importante para o desenvolvimento pessoal de cada um. Nós passamos a maior parte das nossas vidas pensando no passado e fazendo planos para o futuro. Ignoramos ou negamos o momento presente e adiamos nossas conquistas para algum dia distante, achando que quando conseguirmos tudo o que desejamos seremos finalmente, felizes.
Mas, se queremos realmente mudar nossas vidas, precisamos começar neste momento, o unico momento que existe! O Eterno Agora, o momento universal onde todas as outras coisas existem.

Como já vimos aqui [A Ilusão de Tempo e Espaço], o tempo é apenas uma ilusão criada para termos experiências, todos pontos de espaço e tempo existem dentro da Singularidade.
Esse livro é uma "manual" prático que ajuda a tomar consciência dos pensamentos e emoções que nos impedem de vivenciar plenamente a alegria ea paz que estão dentro de nós, ou melhor, que nós somos.
O autor, Eckhart Tolle, pseudônimo de Ulrich Tolle, é professor de espiritualidade "contemporânea", considerado mestre e conselheiro espiritual, embora ele não assuma esses títulos.
Tolle não está alinhado com qualquer religião particular ou tradição, apresenta uma profunda introspecção e conhecimentos sobre Psicologia Transpessoal.



 Suas palestras são sempre muito interessantes para aqueles que prestam atenção e ouvem com o coração, vou deixar abaixo alguns videos que podem ajudar vocês e pessoas próximas de maneira direta ou indireta.

Sobre o Ego e a Queda

Emoções
O Sentido do Ser

O que é meditação?
Drama vs. O Agora
Relação de Amor Unilateral
A Sabedoria na vida diária


Relacionados:
A Singularidade
Os 5 Estágios do Despertar
Uma Mensagem de Esperança
O Poder do Mito - Por Joseph Campbell
Matrix: A Ilusão do Tempo e Espaço

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Waking Life

Waking Life é um filme que expõem a opinião de muitos professores, filósofos, cientistas, e pessoas "comuns" que se aprofundaram em assuntos diversos sobre a mente humana, o universo e questões existências.
 A historia gira em volta de um garoto que entra em um estado de "sonho" e que eventualmente progride pra uma lucidez. Ele inicialmente observa e mais tarde participa de discussões filosóficas, sobre diversos assuntos entre eles o existencialismo, e o fenômeno chamado "Lucid Dreaming", a questão de a realidade ser uma "ilusão", o livre arbítrio, a relação entre consciências, questionamentos sobre vida após a morte e acima de tudo o proposito da vida. O filme foca na natureza dos sonhos, consciência e a existência em si.

O titulo é uma referencia a uma frase do filósofo George Santayana: "Sanidade é uma loucura colocada em bom uso; a vida desperta (waking life) é um sonho controlado."


Trailer


Título original: Waking Life
Lançamento: 2001 (EUA)
Direção: Richard Linklater
Atores: Julie Delpy, Ethan Hawke, Guy Forsyth, Timothy "Speed" Levitch, Alex Jones
Duração: 97 min
Gênero: Animação
Audio: Ingles
Legenda: Portugês
Formato: DVD-Rip

=== Download ===
(Para fazer o download é preciso ter uma conta no 4shared.
Também é possível se conectar usando o Twitter ou Facebook)






domingo, 30 de novembro de 2014

5 dicas para Transcender os Medos

*Texto complementar à postagem Medo Concreto, Amor Abstrato.

Antes de mais nada, algo importantíssimo de se destacar é que essas dicas não se aplicam apenas ao medo, mas para qualquer desafio mental que você está passando, busque captar a essência dos ensinamentos e verá que entender os padrões em que a mente opera irá lhe ajudar a entender a si mesmo, as pessoas e a vida em geral, de uma maneira muito mais produtiva.

  • 1. Aceitá-lo
Engana-se aquele que crê poder superar seus temores renegando-os. Também se engana quem pensa em confrontá-los achando que irão terminar com eles através do conflito. Em ambos os casos o que existe é apenas a permanência do medo. Ele é uma criação perpetuada no reino das emoções, logo sua dissipação naturalmente não se dá por si só. Da mesma forma, confrontá-lo é realimentá-lo, pois é disso que ele vive.

Existe algo que suporta toda a matéria e tudo o que dela provém. É um fluxo constante, como a correnteza de um rio. Quando esse fluxo é bloqueado, diz-se que se está distorcendo a natureza da própria existência. Bem-aventurados são os que o compreendem e seguem-no em harmonia e paz. Quando isso é aprendido, o homem torna-se senhor de sua vida, pois não está mais contra a natureza.

Logo, ele compreende que para vencer o medo é necessário aceitá-lo, pois sendo sua própria cria, renegá-lo ou confrontá-lo é ferir o próprio filho. O medo existe e continuará existindo a menos que você o eduque e o transforme em algo melhor. Deste modo, reconhecê-lo como existente é o primeiro passo para instruí-lo corretamente, recolocando-o de volta a favor do Dharma, do fluxo da Criação.

  • 2. Conhecê-lo Profundamente
Dizia-se que na antiga arte da guerra, a tarefa principal do estrategista era a de conhecer o inimigo para então poder derrotá-lo. Aqui não há guerra, não há luta, não há conflito. Todavia, mesmo numa atitude pacífica ainda se faz necessário conhecer aquele o qual se deseje instruir. "Vencer o medo" é apenas uma alegoria. De fato, o que se pretende é purificá-lo, transformando-o em outra coisa.

Conhecê-lo não é apenas no reino da superficialidade, mas em todas as nuances na qual ele age e por quais razões o faz. É preciso desmistificá-lo, destrinchá-lo a fim de entendê-lo de maneira profunda. Sendo parte de você, sendo sua cria, o mínimo que lhe é pedido pela naturalidade da situação é que conheça seu filho.

Saiba por que ele surge, por que ele está sempre à espreita, por que você ainda não foi capaz de superá-lo. Conheça-o como a você mesmo.

  • 3. Desvendar Sua Origem
Representação do Observador e a Ilusão
Tudo o que é da matéria, tudo o que é do limitado tem uma origem. A própria manifestação tem uma origem. Logo, para instruir o seu medo a fim de sublimá-lo é necessário ir fundo e desvendar sua origem. Em algum momento o medo foi criado. No instante de seu nascimento, sua inconsciência permitiu que esta cria se tornasse senhora de seu criador, você. Volte no tempo e tente encontrar o momento exato em que o medo surgiu.

Isso abrirá seus olhos para uma nova perspectiva, a do observador distante. Entenderá, deste modo, o quão necessário ou tolo foi ao aceitar a vinda desta criação para sua vida, uma vez que os motivos, agora a olhos distantes, são infantis, e quem sabe, sem sentido.

Compreender a origem do medo é saber o ponto exato em que o sentimento da verdade, do não-medo, deixou de existir. E trazer de volta, ou reavivar, tal verdade, tal sentimento torna-se muito mais simples quando sabemos exatamente do que se trata.

  • 4. Entender Suas Implicações
O medo traz diversas implicações que só podem ser compreendidas quando se tem total aceitação sobre ele e total conhecimento a respeito de sua personalidade e origem. Logo, após estar ciente do que o medo é e de onde ele surgiu, você será capaz de olhar de forma contumaz e atenta para todos os efeitos colaterais advindos dele.

Entender essas implicações traz de volta a razão, uma vez que agora, consciente do que está acontecendo, pode-se compreender que nada do que se origina do medo deveria estar presente em sua vida. A paranóia, a ansiedade, a irritação, a reclusão, o cansaço, a ignorância, tudo isso são implicações do medo. Identificá-las só é possível através dos três estágios citados acima.

Logo, fica bastante evidente que não existe nenhum benefício para que o medo continue instalado em sua vida. Essa constatação não é superficial ou mental, mas profunda. Aqui já se está pronto para sublimá-lo.

  • 5. Positivá-lo
Uma vez que esteja completamente consciente de que o medo não tem mais motivos para estar em sua vida agora, o próximo passo é de uma simplicidade absurda. Trata-se de olhá-lo profundamente nos olhos e amá-lo verdadeiramente. Isso só é possível após aceitá-lo e compreendê-lo em todas as suas variantes, pois se percebe o quão frágil ele é, assim como você era quando o criou. Por isso não alimente rancor em relação ao seu passado, não leve tão a sério, essa é a chave para conseguir deixar essa energia estagnada fluir.

Art by Mark Henson
Naturalmente, de maneira silenciosa, ele irá desvanecer por completo. Ao notar-se sem qualquer motivo para existir, tende a dissipar-se, pois só pode existir como medo. Ao transformar-se em coragem, já não mais é o que era. Diz-se que ele foi sublimá-lo. Ao não ter mais motivos para existir e mesmo assim recebendo amor de seu criador, o medo se transforma em sua contraparte. Esse então é o desapego amoroso.

Logo, de forma natural, silenciosa e pacífica, o medo desaparece e jamais tornará a nascer, uma vez que cada medo é um ser individual e único. Quem aprende a transformar seus temores, desejos, anseios, tristezas e raivas em suas contrapartes, torna-se seu próprio mestre. Isso é alquimia interior.

[Vídeo]
A Vida é a Escolha entre Amor e Medo

"Você não pode se livrar dos seus medos, mas pode aprender a conviver com eles."
Tirinha de Alex Noriega (Stuff No One Told Me)

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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Medo Concreto, Amor Abstrato

Cada criação mental, quando mantida consistente por determinado período, ganha vida no reino das ideias ou no reino das emoções. Logo, seus temores, suas angústias, seus apegos e suas raivas tornam-se concretos no seu campo existencial. Todo o seu poder, toda a sua energia preenche essas criações dando-lhes “vidas próprias”.

Assim, o ato de sua criação já está consumado. O que agora existe, não deixará de existir por si só, não irá desvanecer a menos que você interceda. Negar o que está feito é uma atitude inútil, pois sua criação mental/emocional continuará existindo e ligada a você. Não é porque você não vê que algo deixa de existir. E cedo ou tarde ambos vão se reencontrar e você sairá novamente ferido.

Estamos todos escondendo algo
O que você pode fazer é encarar seus medos, apegos, angústias e tristezas de frente. Olhá-los de forma convicta e reconhecê-los como existentes. Em seguida, comece então a procurar entender o porquê de sua existência, o porquê de sua origem, o porquê de você ainda estar vinculado a eles.
A menos que você entenda o porquê de tê-los criado, jamais poderá abstraí-los, transcendê-los, sublimá-los.

Se você tem um medo e este medo o está impedindo de continuar com sua vida, com seu processo evolutivo, é necessário então encará-lo. Não, você não deve lutar. A luta apenas perpetua a existência de sua criação mental. Havendo luta, haverá sofrimento e seus temores se alimentam de sentimentos densos. O que você deve fazer é decompor o seu medo, purificando-o, sublimando-o, tornando-o novamente abstrato, não mais concreto.

Transforme então o seu medo em algo positivo. Use-o para superar a si mesmo, convertendo-o em coragem. Logo, ele deixará naturalmente de existir como uma criação concreta, pois seu poder se esvaiu ao se transmutar em algo mais sublime e excelso.

Se o seu medo é de ficar sozinho, enquanto você ainda estiver procurando por pessoas para lhe fazer companhia, ele continuará existindo concretamente em sua mente. O medo só deixará de ser medo quando se transformar em outra coisa.

De Sushi de Kriptonita
Assim, para purificá-lo, para desconcertá-lo diga: “Eu tenho medo de ficar sozinho, por isso eu amo ficar sozinho”. No instante em que você insere o amor no medo, este deixa automaticamente de existir. Mas veja que não é da boca para fora, é necessário ter a vontade e o sentimento verdadeiro para que essa alquimia de fato aconteça.

Eu tenho medo de altura, por isso estou louco para viajar de avião.
Não quero perder você porque eu não preciso de você.
Que bom que tenho medo da morte! Encontrarei um monte de amigos do outro lado!

Para desconstruir suas criações mentais é necessário que você abstraia qualquer linearidade, qualquer conceito objetivo a respeito delas, crie uma visão paradoxal. Isso é transformar o concreto em abstrato. É tirar todo o sentido intelectual/emocional de algo.

A Dualidade
Todas as negatividades são distorções de seu princípio original. Logo, a raiva é uma distorção da tranquilidade, o medo é uma distorção do amor, a tristeza é uma distorção da felicidade. Você então deve purificar essas distorções, levando-as de volta às suas origens.

Obviamente, esse não é um processo rápido e fácil, mas é essencial para que você se emancipe como divindade na matéria.

Conheça o seu medo e compreenda-o de maneira profundaNão busque vencê-lo, busque convertê-lo em sua contraparte. Transforme o medo em amor, o apego em desprendimento, a raiva em tranquilidade, a tristeza em alegria. Ame estar com medo, apegue-se desprendido, tenha raiva pacífica, alegre-se com sua tristeza.

*
Vá alterando aos poucos as vibrações, acrescentando positividade na negatividade e quebrando a linearidade e o sentido de cada uma de suas criações. Deixe-as perplexas e confusas.

Pouco a pouco você começará a transcender seus temores de maneira pacífica, silenciosa e amorosa. Pois não se pode transformar nada de uma hora para outra. Isso é naturalmente inviável.

É necessária uma gota de cada vez para criar um oceano. Assim é a evolução, assim é a alquimia interior.

* Na imagem: Krishna dançando sobre o naga Kaliya.


  • Continuação do texto:
5 Dicas para Transcender o Medo
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