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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Medo Concreto, Amor Abstrato

Cada criação mental, quando mantida consistente por determinado período, ganha vida no reino das ideias ou no reino das emoções. Logo, seus temores, suas angústias, seus apegos e suas raivas tornam-se concretos no seu campo existencial. Todo o seu poder, toda a sua energia preenche essas criações dando-lhes “vidas próprias”.

Assim, o ato de sua criação já está consumado. O que agora existe, não deixará de existir por si só, não irá desvanecer a menos que você interceda. Negar o que está feito é uma atitude inútil, pois sua criação mental/emocional continuará existindo e ligada a você. Não é porque você não vê que algo deixa de existir. E cedo ou tarde ambos vão se reencontrar e você sairá novamente ferido.

Estamos todos escondendo algo
O que você pode fazer é encarar seus medos, apegos, angústias e tristezas de frente. Olhá-los de forma convicta e reconhecê-los como existentes. Em seguida, comece então a procurar entender o porquê de sua existência, o porquê de sua origem, o porquê de você ainda estar vinculado a eles.
A menos que você entenda o porquê de tê-los criado, jamais poderá abstraí-los, transcendê-los, sublimá-los.

Se você tem um medo e este medo o está impedindo de continuar com sua vida, com seu processo evolutivo, é necessário então encará-lo. Não, você não deve lutar. A luta apenas perpetua a existência de sua criação mental. Havendo luta, haverá sofrimento e seus temores se alimentam de sentimentos densos. O que você deve fazer é decompor o seu medo, purificando-o, sublimando-o, tornando-o novamente abstrato, não mais concreto.

Transforme então o seu medo em algo positivo. Use-o para superar a si mesmo, convertendo-o em coragem. Logo, ele deixará naturalmente de existir como uma criação concreta, pois seu poder se esvaiu ao se transmutar em algo mais sublime e excelso.

Se o seu medo é de ficar sozinho, enquanto você ainda estiver procurando por pessoas para lhe fazer companhia, ele continuará existindo concretamente em sua mente. O medo só deixará de ser medo quando se transformar em outra coisa.

De Sushi de Kriptonita
Assim, para purificá-lo, para desconcertá-lo diga: “Eu tenho medo de ficar sozinho, por isso eu amo ficar sozinho”. No instante em que você insere o amor no medo, este deixa automaticamente de existir. Mas veja que não é da boca para fora, é necessário ter a vontade e o sentimento verdadeiro para que essa alquimia de fato aconteça.

Eu tenho medo de altura, por isso estou louco para viajar de avião.
Não quero perder você porque eu não preciso de você.
Que bom que tenho medo da morte! Encontrarei um monte de amigos do outro lado!

Para desconstruir suas criações mentais é necessário que você abstraia qualquer linearidade, qualquer conceito objetivo a respeito delas, crie uma visão paradoxal. Isso é transformar o concreto em abstrato. É tirar todo o sentido intelectual/emocional de algo.

A Dualidade
Todas as negatividades são distorções de seu princípio original. Logo, a raiva é uma distorção da tranquilidade, o medo é uma distorção do amor, a tristeza é uma distorção da felicidade. Você então deve purificar essas distorções, levando-as de volta às suas origens.

Obviamente, esse não é um processo rápido e fácil, mas é essencial para que você se emancipe como divindade na matéria.

Conheça o seu medo e compreenda-o de maneira profundaNão busque vencê-lo, busque convertê-lo em sua contraparte. Transforme o medo em amor, o apego em desprendimento, a raiva em tranquilidade, a tristeza em alegria. Ame estar com medo, apegue-se desprendido, tenha raiva pacífica, alegre-se com sua tristeza.

*
Vá alterando aos poucos as vibrações, acrescentando positividade na negatividade e quebrando a linearidade e o sentido de cada uma de suas criações. Deixe-as perplexas e confusas.

Pouco a pouco você começará a transcender seus temores de maneira pacífica, silenciosa e amorosa. Pois não se pode transformar nada de uma hora para outra. Isso é naturalmente inviável.

É necessária uma gota de cada vez para criar um oceano. Assim é a evolução, assim é a alquimia interior.

* Na imagem: Krishna dançando sobre o naga Kaliya.


  • Continuação do texto:
5 Dicas para Transcender o Medo
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6 comentários:

  1. Bom dia,
    A melhor forma de enfrentar o medo é enfrentando-nos­ e a ele, até que a ansiedade se reduza.Penso que para enfrentarmos um medo, temos que ter em conta que as sensações que experimentamos são (muitas vezes) um exagero das
    reações corporais normais, não são perigosas, somente desagradáveis. Os pensamentos de preocupação sobre o que esta acontecendo só fazem aumentar o pânico. Não devemos lutar contra os nossos medos. Quando
    deixamos de observar os pensamentos relativos ao medo, estes também começam a desaparecer. Também podemos ter pensamentos positivos para nós mesmos, nos dizendo: estou fazendo muito bem – posso controlar a situação.Não devemos temer o medo, o que devemos fazer é evitar que ele nos domine.Muito bom, merece a continuação.

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  2. De uns tempos pra cá tenho sentido mais medo... Ou por causa do processo de auto observação é que tenho reparado mais neles. Desvencilhar-se é progressivo e requer atenção. Mas é aí que mora o problema também, pois é difícil dar atenção a algo que se quer esquecer. E medo demais é insustentável. Na verdade vivo em dois extremos: o medo de falhar nas coisas terrenas e ao mesmo tempo saber que tudo isso é um processo evolutivo, que o Universo é gigante e o problema pequeno. Tenho tentado. Sabe, reparar no eterno instante "agora", dar-lhe atenção, ser mais confiante. De fé em fé... :) Gostei muito do seu texto, tem muitas lições aplicáveis aí!

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    1. Na verdade, o problema é que você quer esquecer, e se você esquecer não irá aprender nada e terá sido uma experiência inútil, alem de ser desconfortável se forçar a esquecer, pois você não vai esquecer, só tentará :P

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  3. Achei interessante! Mas qual é a tua fonte de informação?

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    1. Diversas, o ponto aqui não é fazer artigos científicos com referencias e notas de roda pé, mas propor perspectivas que os próprios leitores devem avaliar por seu próprio discernimento.

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