O objetivo deste Blog é informar as pessoas sobre os mais variados assuntos, os quais não se vê com frequência nas mídias convencionais e ajudar a esclarecer duvidas sobre a nossa complexa realidade.

Aqui irei expor textos, reflexões, videos, imagens e etc. relacionados com os seguintes assuntos:
Psicologia, Teologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia, Sociologia e o funcionamento do sistema em geral.

Não esperamos que acreditem no que é apresentado aqui sem primeiro investigar por vocês mesmos, e nós insistimos que vocês o façam!
O que é postado aqui são apenas perspectivas e não "verdades absolutas", com isso quero dizer que não tentarei convence-los, mas estimula-los a irem além do que conhecem, ou acreditam conhecer.
Busquem informação e ajudem a dissemina-la! Com informação vem conhecimento, com conhecimento sabedoria, a sabedoria lhe aproxima da verdade.... e a verdade o libertará!
Ouça a todos, não siga ninguém.
A única revolução é a SUA Evolução da Consciência!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Paraíso ou Esquecimento [Legendado]

Como seria uma sociedade onde não houvesse escassez? Uma sociedade onde comida, vestuário, diversão e tecnologia fossem abundantes para todos os seres humanos, o dinheiro e a economia não teriam grande valor. Esse questionamento é a proposta do excelente documentário "Paradise or Oblivion" (Paraíso ou Esquecimento), produzido pelo Projeto Vênus de Jacque Fresco. O filme mostra a necessidade de superar os métodos ultrapassados e ineficientes de nossos sistemas políticos, de justiça, econômico e qualquer outra noção de relação humana estabelecida, e substituí-los por métodos científicos combinados com alta tecnologia para suprir as necessidades humanas, através de um ambiente de abundância para todas as pessoas.

Sinopse: Este documentário detalha as causas fundamentais dos distúrbios sistêmicos de valores e sintomas prejudiciais causados pelo nosso sistema estabelecido atual. Esta apresentação defende um sistema sócio-econômico que é atualizado para os conhecimentos de hoje, apresentando o trabalho ao longo da vida do Engenheiro Social, futurista, Inventor e Engenheiro Industrial Jacque Fresco, daquilo que ele chama de uma economia baseada em recursos.

O filme explica a necessidade de superar os métodos ultrapassados e ineficientes de política, direito, negócios, ou qualquer outra "noção estabelecida" de relações humanas, e usar os métodos da ciência combinados com alta tecnologia para suprir as necessidades de todas as pessoas do mundo. Isso não é baseado nas opiniões da elite política e financeira ou ilusórias democracias, mas na manutenção de um equilíbrio dinâmico com o planeta que poderia, finalmente, fornecer abundância para todas as pessoas.

"Paraíso ou Esquecimento", desenvolvido pelo Projeto Venus, introduz o espectador à um sistema de valor mais apropriado do que seria necessário para ativar essa abordagem holística para beneficiar a civilização humana. Esta alternativa supera a necessidade de um ambiente de base monetária, controlado e orientado para a escassez, que encontramos hoje.

Site Oficial do Projeto: www.thevenusproject.com
Site do Movimento Zeitgeist: www.movimentozeitgeist.com.br




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terça-feira, 21 de junho de 2016

Cultura em Declínio

"Série online de 30 min, criada e hospedada por Peter Joseph(Criador da Trilogia Zeitgeist). Tal como acontece com todos os trabalhos de vídeo de Peter, está faz parte de um "Projeto de Mídia com Distribuição Livre"(Free Project Media Distribution), que permite a distribuição aberta, sem fins lucrativos, de seus meios de cinema em todo o mundo."


Canal oficial de “Culture in Decline” no YouTube.

"Cultura em Declínio" (Culture In Decline) é uma expressão satírica mas séria que desafia vários fenômenos culturais existentes hoje e que a maioria da sociedade parece tomar como garantida. Nada é considerado sagrado nesta série com exceção de uma referência individual de lógica fundamental e razão - forçando o espectador a sair da caixa de "normalidade" e a considerar as nossas práticas sociais sem a tradicional bagagem e preconceitos. Temas comuns incluem política, economia, educação, segurança, religião, vaidade, Governança, Mídia, trabalho, tecnologia e outras questões centrais de nossas vidas diárias.

Todos episódios estão legendados, se a legenda não funcionar, abra o vídeo no YouTube e ative a legenda nas opções do vídeo.

1º Episódio 
"Que Democracia?"  (2012) - "What Democracy?"
"Este show de abertura foca as próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos 2012 e sobre o tema de qual o nosso entendimento sobre o que é "democracia" no mundo de hoje."



2º Episódio
"Introdução à Economia" (2012) - "Economics 101"
O tema deste episódio, intitulado "Economia 101" trata do assunto de Cálculo Econômico, lógica de mercado e suas consequências, juntamente com considerações sobre os princípios científicos da sustentabilidade. Este episódio apresenta retórica prolixa e geralmente insultuosa, um demônio como convidado especial, um repórter direto das ruas e o retorno do capitalista com terno cor de pêssego - o alter ego de Peter."



3º Episódio
"Transtorno de Consumo-Vaidade" (2012) - "C.V.D."
"Cultura em Decadência #3 apresenta uma nova doença epidêmica que está se espalhando rapidamente pelo mundo: "Transtorno de Consumo-Vaidade".
Essa doença não se espalha através da mutação de vírus ou predisposição genética, mas através de 'Memes' culturais, transformando o mundo em uma fossa de mini-shoppings, distúrbios de auto-imagem, materialismo extravagante, peitos falsos e transgressões sociais beligerantes."



4º Episódio
"Guerra à Natureza" (2013) - "War On Nature"
"Nesse episódio, Peter investiga a natureza da Guerra e o conflito humano; a Casa Branca declara Guerra à Natureza em si; um chef francês prepara uma iguaria internacional para as crianças; Louie o demônio da lógica retorna para incomodar todo mundo e nosso 'Homem na Rua' fica louco."



5º Episódio
"Bebê vai BUM!" (2013) - "Baby go Boom"
Neste episódio de Cultura em Decadência, o tema da Segurança será investigado. Os terroristas do mal aparecerem novamente apavorando as companhias aéreas, o cara com gravata nos lembra quem está no controle e uma premiação especial para um personagem muito notável no Debate de Controle de Armas.
Participações Especiais de Chad Fisher (Alex Jones) e Rick Overton.



6º Episódio
"Conto de Dois Mundos" (2013) - "Tale of The Two Worlds"
Neste episódio final da temporada, Dr. Peter Joseph apresenta sua novíssima Máquina do Tempo, guiando a todos através de dois possíveis futuros. O primeiro explora a atual tendência que pode nos levar à níveis cada vez maiores de declínio; O segundo mostra o que o mundo pode ser... se todos de fato se importarem pra fazer isso acontecer.



Veja também
Trilogia Zeitgeist:
  1. Zeitgeist I - O Filme
  2. Zeitgeist II - Addendum
  3. Zeitgeist III - Moving Forward

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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Siddhartha Gautama - O Buda

A iluminação de Buda ao enfrentar seu ego
"Buda" é um título dado na Filosofia Budista para àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos daquilo que chamamos de realidade e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.

Siddhartha Gautama, foi um príncipe da região do atual Nepal, buscador da verdade, e eventualmente tornou-se um professor espiritual daquilo que ele havia redescoberto em si mesmo. É popularmente conhecido como O Buda, que significa "aquele que despertou". Seus ensinamentos deram origem ao budismo, mas ao contrário do que muitos pensam, ele não é o fundador do mesmo. Nas palavras do próprio Buda, como é dito através do Sutra do Diamante:
"Nunca pense que eu acredito que devo estabelecer um sistema de ensino para ajudar as pessoas a entenderem o caminho. Nunca divida tal pensamento. O que eu proclamo é a verdade como eu descobri. Um sistema de ensino não tem nenhum significado, porque a verdade não pode ser quebrada em pedaços e ser disposta em um sistema."

Existe muita discussão sobre se o budismo é uma religião ou é uma filosofia. Ao meu ver, é ambos, pois o termo religião vem do latim "religare", que significa "religação", e a religação com a nossa essência é uma das buscas dos budistas. Outro ponto é que em qualquer religião há filosofia, mas a diferença é que no budismo é transmitida a ideia de que não devemos nos apegar a crenças, no sentido de não nos atermos apenas a elas. Além do mais é uma religião não-deísta, ou seja, não tem como base em suas estruturas nem narrar a formação do mundo, nem apresentar seres superiores e buscar favores deles ou sequer entender esse Deus ou deuses, simplesmente por que não temos como conhecer tudo.

O budismo poderia também ser melhor descrito como uma ciência da mente, assim como a psicologia, já que busca compreender nossos processos mentais, e como podemos aprender a lidar com eles e até mesmo transcender o controle que alguns processos tem sobre nós.
Muitos dos que rotulam o budismo como sendo uma religião igual a qualquer outra, são pessoas que se dizem ateus, mas que na realidade são anti-religião, onde ao ligarem-se demais ao materialismo das coisas não conseguem processar seus entendimentos de uma maneira mais abstrata e vislumbrar a profundidade daquilo que não se compreende apenas de maneira intelectual. Mas isso não é a chamada "fé", a compreensão que me refiro aqui vai além de crenças e falsas certezas criadas pela mente intelectual. Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser experimentada, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais. E por esse motivo digo que o budismo não é uma religião, pelo menos não no sentido dogmático (apesar de algumas vertentes tenderem para esse lado por ser uma característica cultural buscar dogmas). Nas palavras do próprio Siddhartha, "não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo porque todos falam a respeito. Não acredite em algo porque está nas escrituras sagradas. Não acredite em algo só porque seus mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão, e que conduz ao bem e beneficio de todos, aceite-o e viva-o".

Curiosidade: Budismo na cultura moderna
É importante entender que não se deve interpretar literalmente as histórias de Buda, assim como a de Jesus e Krishna, pois elas são muitas vezes representações metafóricas de processos mentais. Também ocorre que quando se deseja expressar alguma ideia complexa de ser explicada usando as palavras, é preciso usar símbolos que as pessoas possam entender, ou pelo menos ajuda-las a ter uma noção do que se está falando.

Uma curiosidade interessante relacionada ao assunto é o fato do personagem principal da Trilogia Matrix, Neo (One = Um), ser uma referência evidente ao Buda, devido a história do personagem ter diversas semelhanças, como a busca pela iluminação, a idolatria que o povo de Zion tinha por ele, na esperança de uma libertação, no final do filme Neo percebe que ele é um com a Fonte ao integrar o Agente Smith (que representa o Ego, ou a Sombra de Neo) em si mesmo. O ator que interpreta o Neo, Keanu Reeves, também interpreta Siddhartha em um filme de 1993, "O Pequeno Buda" (Filme completo no final do artigo). No segundo filme "Matrix: Reloaded", Neo encontra o Arquiteto, o criador da ilusão, algo parecido acontece no filme "O Pequeno Buda", Buda encontra seu "falso eu"(a identificação com a forma, o ego) e chama-o de "arquiteto" também.

  • DOCUMENTÁRIO: The Buddha (2010)
SINOPSE: Documentário do premiado diretor David Grubin, narrado por Richard Gere, que conta a história da vida do Buda, uma jornada especialmente relevante para os nossos próprios tempos difíceis de mudanças violentas e confusão mental. Ele apresenta o trabalho de alguns dos maiores artistas e escultores do mundo, que nos últimos dois mil anos vem retratando a vida do Buda em obras de arte ricas em beleza e complexidade. Budistas contemporâneos, como o poeta ganhador do prêmio Pulitzer, W.S. Merwin, e sua santidade o Dalai Lama, revelam insights que tiveram a partir da antiga narrativa sobre a vida do príncipe indiano Siddhartha Gautama, que abandonou todo o luxo, conforto e ilusão da vida palaciana e partiu numa busca espiritual que o levaria à iluminação.

Documentário [Legendado - Parte 1]


Documentário [Legendado - Parte 2]



  • DOCUMENTÁRIO: A Vida de Buda (BCC)
SINOPSE: Este documentário recria a vida de alguém que nunca quis ser venerado como um Deus, mas que mudou para sempre a história da humanidade em busca de paz e felicidade eterna. Quinhentos anos antes de Cristo um jovem príncipe deixou seu palácio e iniciou uma viagem pelo norte da Índia. Suas experiências definiram uma filosofia de vida que hoje tem mais de 400 milhões de praticantes. A filosofia Budista cresce dia após dia e mais pessoas, cada vez mais jovens, se interessam sobre os ensinamentos de Buda.

No início do século XIX, um grupo de arqueólogos e exploradores ocidentais encontrou em Lumbini, um pequeno povoado do Nepal, o lugar de nascimento de Buda, o que os permitiu descobrir alguns segredos de sua vida. Uma pesquisa profunda, com testemunhos de especialistas e as últimas descobertas arqueológicas.


Documentário Completo [Dublado]

  • FILME: O Pequeno Buda (Little Buddha - 1993)

"Little Buddha" é um filme que aborda a história de Siddhartha Gautama, que é contada para uma criança que acredita-se ser a reencarnação de um grande monge.
 O filme é direcionado para crianças, aborda o tema de maneira bem básica e simplificada, mas é muito interessante para quem não conhece a história e a filosofia Budista.

SINOPSE: Um dia, ao voltar para casa, o arquiteto Dean Conrad (Chris Isaak) encontra dois monges budistas tibetanos, Lama Norbu e Kenpo Tensin, sentados na sua sala de estar, conversando com Lisa, sua esposa. Guiados por vários sonhos perturbadores, os monges viajaram do Nepal até Seattle pois acreditam que um garoto de 10 anos, Jesse, o filho de Dean, possa ser a reencarnação de Lama Dorje, um lendário e místico budista. Inicialmente Dean e Lisa ficam céticos, especialmente quando os monges manifestam interesse em levar Jesse para o Butão, na intenção de comprovar ou não se ele é a reencarnação de Lama Dorje. Porém após o suicídio de Even, um sócio de Dean, este muda de ideai. Após deixar Lisa nos Estados Unidos, Dean viaja com o filho para o Butão.


FILME COMPLETO [LEGENDADO]


quinta-feira, 9 de junho de 2016

A "Morte" do Ego: Compreendendo o SER


Continuação do texto "A Ilusão do Eu"


Não está na lógica a percepção de uma possível emancipação do pequeno eu. Eis então o flagelo do pseudoconsciente, acreditar que é superior ao ego, que é superior a uma parte de si mesmo, perpetuando sua fragmentação.

Sendo o pequeno eu uma extensão do Eu Profundo, nele está abrigada a própria manifestação do não-manifestado. Logo, sendo um canal para a expressão do divino, estar superior ao ego é estar, em termos diretos, não mais vivo. Vê-se então a impossibilidade de matar o ego, pois sendo a própria tradução do não linear, sua inexistência anularia completamente a vida.
Veja que me refiro à mente como um todo, não aos seus condicionamentos.

Eis então a nossa proposta para que haja uma trindade harmônica na vida de cada ser humano: O Eu Profundo, o mundo e o pequeno eu.

Quando há somente o primeiro (a existência em si), não pode haver vida física, a linguagem é incompatível, por isso necessita de um ponto de referência. Quando esse ponto é neutro, dizemos que não existe intermediário, apenas tradutor.

Logo, a existência da mente é necessária; seu descontrole é que não. Quando descontrolada, torna-se intermediária, torna-se uma voz ativa que teima em distorcer a tradução.

O ego não existe por si só. Se você meditar profundamente sobre um determinado ego("eu"), vai perceber que ele se desvanece como uma nuvem. Ele não possui essência, não tem nada de concreto, é apenas uma associação de pensamentos que adquire uma personalidade própria. É como um fluir de pensamentos e emoções que se enredam e assumem a ilusão de ser alguma coisa real. Todos os egos são apenas associações de pensamento, assumem uma personalidade e quando estão no comando temos tanta certeza de sua existência que pensamos: este sou eu, eu sou assim, eu quero isso, eu não quero aquilo, é minha opinião. Porém, nada mais falso, são apenas pensamentos agrupados e associados que assumem vida própria e por alguns momentos acabam por assumir o comando.

O mundo, segundo elemento, não precisa de porta-voz para comunicar-se com o espírito, precisa apenas de um tradutor que mantenha a verdade incorruptível. Não é para haver tradução livre, é para haver tradução literal, pois o mundo é literal, é concreto e é por isso que o espírito quer conhecê-lo, pois o Eu Profundo não é literal, mas abstrato, fugindo de qualquer padrão identificado pela mente.

Deste modo, quem insiste em querer dissipar o ego está vivendo uma fantasia. Sendo o ego uma característica da mente, tudo o que for do pensamento parte inevitavelmente do mesmo princípio: o pequeno eu. Portanto, a ação em si já uma característica “corrompida” pela mente, impedindo que haja a separação, tão aclamada pelo pseudoconsciente, entre seu Eu Profundo e o ego. Matá-lo então é um pensamento tolo.

O ego não pode ser morto, pois não existe, é a ilusão de identificação com algum conceito que você criou de si mesmo(personalidade, corpo, status, etc.). Quando você diz que vai matar o ego, é o próprio falando. Quando você diz que se tornará superior ao ego, é o próprio falando. Quando você diz que vai lutar contra ele, é o próprio falando. Qualquer mentalização provém do ego. O que está além é a vontade pura, sem pontes para a expressão. É algo que não se descreve, não se fomenta e não se põe em movimento linear.

Portanto, matar o ego é impossível, ele sempre existirá, a não ser num estado da não-forma, no estado da divindade em si, do espírito, do total abstrato e subjetivo. Enquanto houver antropomorfização do espírito, a mente persistirá.

O que se deve fazer é harmonizar a mente, o mundo e o Ser. Esta trindade deve novamente ficar em equilíbrio, assim como ocorria na tenra infância em que o intelecto não estava presente, ou seja o intermediário, mas tão-somente o tradutor. A maturidade espiritual consiste em trazer de volta o tradutor, porém agora preenchido de consciência de si e de seu papel na evolução da matéria e na experiência do Eu Profundo.

Pois aquele que mesclar a inocência de uma criança com a consciência de um adulto estará enfim liberto das amarras do mundo. Terá finalmente sublimado Maya.

Compreenda algo de extrema importância: inteligência não tem nada a ver com conhecimento. Adquirir conhecimento é tornar-se instruído, mas não necessariamente inteligente. E veja que aqui eu nem me refiro à sabedoria, esse é outro nível. Instrução e inteligência são aspectos totalmente diferentes do entendimento humano.

Acumular conhecimento desvairado é um atributo de quem não conhece a si mesmo. Mais que isso, é um atributo de quem acha que sabe quem é. Não se trata de compreensão, trata-se de interpretação de informações concretas, uma vez que a raiz de qualquer conhecimento adquirível por vias materiais é constituída de objetivismos.

E não importa que haja pretensas abstrações em determinadas ideias filosóficas; em havendo a transcrição, haverá também uma perda quase integral do atributo original. Logo, qualquer conhecimento que possa ser aprendido pela mente concreta é contraído e limitado, pois assim é o pensamento.

Então, a principal diferença entre alguém instruído e alguém inteligente é que o primeiro, para saber o que sabe, procura ler 10 mil livros, mas o segundo aprendeu a buscar o conhecimento diretamente da fonte; por isso, mantendo-se em constante evolução, poderá tornar-se um sábio algum dia.

Não me refiro ao conhecimento apenas intelectual, vou muito além do intelecto. Falo da concepção universal do que é ter verdadeiro conhecimento, verdadeira inteligência e verdadeira sabedoria. Refiro-me ao saber baseado no autoconhecer e no autovivenciar que, para o mesmo efeito, leva cedo ou tarde ao conhecimento exterior que mais se aproxima daquilo que constituímos como verdade. Aqui, a sabedoria então pode ascender.

Mas isso só poderá vir quando o indivíduo perceber que o conhecimento não está em sua mente. Esse é o grande truque. Enquanto o intelectual busca ler tudo o que puder, o sábio acessa tudo aquilo de que ele precisa diretamente dos registros coletivos da consciência humana. E isso só pode se dar quando há espaço suficiente para a manifestação da intuição, do sopro do Eu Profundo.

Aquele em busca da sabedoria compreende que todo o conhecimento adquirido em vida se perde no momento da morte. Todos os diplomas, cursos, reconhecimentos, prêmios, conquistas, tudo isso se torna apenas uma partícula singular. Compreender isso é libertador, pois se entende que a busca exacerbada por conhecimento é desperdício de energia.

O conhecimento não está na mente, e isso é algo que pode chocá-lo. E eu lhe proponho apenas uma pequena meditação a respeito, pois sei que isso fará todo o sentido para você. A mente é apenas um referencial, um guia. O pensamento não nasce na mente física, assim como tudo o que aprendemos não fica nela armazenado.

Você, como divindade, sabe tudo. Mas você, como pequeno eu, não tem consciência disso.

Logo, como pequeno eu, você tenta compensar esse esquecimento lendo e estudando desesperadamente para aprender tudo o quanto for possível, quando o mais sábio e eficaz seria tornar-se consciente e reconectar-se com seu lado divino que tudo sabe, tudo vê e tudo entende.

E é justamente por não compreender isso que você, ainda achando que é o pequeno eu, sofre, pois não compreende as coisas, se enraivece, pois não sabe como lidar com as pessoas e se magoa, pois não consegue entender a si mesmo. Seu estado de inconsciência produz uma avalanche de mentalizações em forma de flagelos.

Então, o grande lance é você deixar de lado essa ânsia por compreender tudo. Isso só leva a muita confusão pelo excesso de informações. Torne-se, ao invés disso, mais e mais consciente de si mesmo e do seu entorno.

Aos poucos, você estará derrubando barreiras que impedem que a intuição aflore. Pois quando ela soprar em seu pescoço, um novo universo estará ao seu alcance. Você saberá coisas que jamais pensou em conhecer; verá abstrações tão nítidas como uma xícara de café; começará a entender as mais complexas questões formuladas até então por sua mente.




Buda - A Superação do Ego

 J. Krishnamurti - O "Eu"



Reflexões acerca do Ego



Veja também:
  1. Memento Mori - Lembre-se da Morte
  2. As Armadilhas do Ego
  3. Revolver
  4. Siga a si mesmo

terça-feira, 7 de junho de 2016

A Ilusão do "Eu"

Recomendado ler antes: Memento Mori

 O conceito de Ego pode significar muitas coisas dependendo de quem está falando, em uma visão esotérica seria o lado "problemático" da mente, aquele que sucumbe facilmente à ganância, gula, luxúria, ódio, preguiça, inveja e vaidade/orgulho. Embora essa visão não esteja completamente errada, é uma perspectiva simplificada e reducionista, na verdade, o que chamamos de "eu" é uma estrutura mental que criamos para convivermos em sociedade.

O psicanalista Sigmund Freud idealizou o ego como sendo uma das três estruturas do seu modelo de aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de mediar os impulsos provenientes do inconsciente, levando em consideração as demandas e limitações impostas pelo "mundo externo". O ego faz isso através de mecanismos de defesa, que extravasão  ou redistribuem a energia psíquica. Na psicanalise o ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente e não temos total controle sobre eles.

Já seu discípulo, e eventual dissidente, Carl Jung usou o termo "ego" para definir uma parte da psique humana, a qual se encontra dentro de uma estrutura maior. Um dos principais conceitos de Jung e, pode-se dizer, o objetivo de todo homem para ele, é o da individuação, que seria um processo de desenvolvimento pessoal que envolve o estabelecimento de uma conexão entre o ego, centro da consciência, e o Self, centro da psique total, o qual, por sua vez, inclui tanto a consciência como o inconsciente. Para Jung, existe interação constante entre a consciência e o inconsciente, e os dois não são sistemas separados, mas dois aspectos de um único sistema, por isso é tão importante manter a comunicação e o equilíbrio do eixo ego-Self.

Mind Throne
by Justin Slattum
 Quando vemos o ego como algo "problemático" o que sentimos imediatamente é a vontade de separa-lo, exclui-lo, mas isso só ira gerar mais conflito. O ego, apesar de ser uma ilusão, não é um inimigo, a não ser que você faça ele um. Ele é apenas um processo mental, o problema é quando criamos um senso de identificação rígido e obsessivo, fazendo isso acabamos por dar boa parte do nosso poder para essa ilusão ditar o que devemos pensar, sentir e ser,. O que precisamos fazer é tomar consciência da estrutura mental que construirmos, e podemos fazer isso de maneira eficiente  através da auto-observação, ou qualquer tipo de observação, pois tudo que vemos nos outros, e até mesmo nos padrões da natureza, faz parte da nossa essência, o que nós realmente somos é uma forma de extensão da existência em si. Compreender isso que é transcender o ego, não é destruí-lo, mas entender porque ele existe, e usa-lo com sabedoria. O ego é um bom servo, mas um péssimo mestre.


Break Free by Donnyhood
Ao notar uma possibilidade de sua existência não ser "verdadeira" (no sentido de ser impermanente), ou ao se encontrar com algum evento contrário a sua perspectiva, o ego assume uma postura de reação e ataque, negando persistentemente qualquer outro braço do fractal universal. Deste modo, o intelecto não pode incluir nada em seu campo de existência que vá contra aquilo que já está condicionado em seu interior.

Se você crê estar vendo o todo, seja o todo universal, ou todo pessoal, então está limitado a percepção egocentrista, que se diz conhecedora da verdade. Todavia, a natureza da mente é fragmentada, ou seja. se enxerga como uma parte separada da existência, da totalidade, enxerga somente os fragmentos que lhe são conhecidos e/ou convenientes. A mente consciente opera em padrão de seleção e deleção de informação, não há como ela processar tudo. Portanto, se você crê estar vendo o todo, seja o todo universal, ou todo pessoal, então está limitado a percepção egocentrista, que se diz conhecedora da verdade. Todavia, a natureza da mente é fragmentada, ou seja. se enxerga como uma parte separada da existência, do todo, portanto não se sente completa, enxerga somente os fragmentos que lhe são conhecidos conscientemente e isso distorce a sua percepção.

Conhecer o todo, ou ao menos ter um vislumbre do todo, da criação, não é possível através do intelecto. A verdade não pode surgir do intelecto, pois ela não é linear, não pode ser traduzida. Pois que no momento em que há a tradução da verdade, ela deixa de existir. A verdade só pode ser experimentada.


Como disse Lao-Tzu: "A verdade não pode ser dita. Se é dita, não é a verdade”, ela pode apenas ser sentida, e somente através de nossos próprios filtros sensoriais e mentais.
Até podemos tentar compreende-la através do intelecto, mas jamais será a verdade em si, apenas uma perspectiva dela. Por esse motivo é importante entender que o que chamamos de "eu" não tem uma existência objetiva, somente existindo como um reflexo ilusório da consciência primordial, como uma ideia em nossas mentes e não a verdade em si.

Quando nos fixamos na identificação obsessiva com este "eu" nos limitamos, nos fechamos para o total potencial de quem somos.

 Com esse texto eu não quero dizer que não devemos usar o intelecto, muito pelo contrário, o que quero dizer é que devemos utiliza-lo da maneira adequada, sabendo sua função e suas limitações. Todos processos mentais tem sua utilidade, precisamos saber equilibrar, pois como diz o velho ditado Zen sobre a iluminação:
"Não se pode atingir ao pensar.
Não se pode atingir ao não pensar."


Há quem diga que apenas na "morte" do ego é possível haver felicidade, paz e liberdade. Mas será possível (e necessário) matar o ego?

Continua...
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